São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Balança mas não sobe

DEMIAN FIOCCA

Os três índices que compõem a URV surpreenderam por sua dispersão. De fevereiro a abril, a diferença foi de 2,6%, 3,8% e 4,5%, respectivamente (comparando, em abril, o IGP-M com o IPC-Fipe da 3ª quadrissemana, de 45,4%).
A maior variação foi do IGP-M, que caiu quase cinco pontos percentuais de março para abril. Tal redução, porém, não representa uma efetiva desaceleração dos preços. Reflete, isto sim, uma modificação no modo de operar das empresas.
Antes da URV, as indústrias embutiam no preço das faturas o custo financeiro pela espera do pagamento. À medida que se utiliza a URV para corrigir as faturas, estas passam a expressar os valores à vista. Na verdade, os preços não caíram, mas na coleta de atacado do IGP-M apareceram valores menores.
Mas, se por um lado a inflação não caiu, há razões para supor que ela também não suba imediatamente. Índices elaborados pela consultoria MB Associados indicam que no atacado os cereais subiram aproximadamente 30% nas três primeiras quadrissemanas de abril e 35% na última. Hortifrutigrangeiros subiram em média 25%.
A menor variação dos preços agrícolas de atacado deve refletir-se nos preços ao consumidor, refreando parcialmente a subida dos índices de maio.

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