São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Benetton é acusada de usar controle de tração

FLÁVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL

Boa parte da imprensa européia, especialmente os jornalistas alemães, que não gostam muito de Schumacher, está se esforçando para explicar a liderança da Benetton através de meios irregulares.
O boato da moda é de que a equipe, nas duas primeiras corridas, usou controle de tração, proibido pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
O controle de tração tem como principal função impedir as rodas de "patinarem" (girarem em falso) quando um piloto acelera demais o carro nas saídas de curva.
O equipamento é controlado por computador. Ele distribui a potência nas rodas e o piloto aumenta a velocidade nesses trechos porque a aderência dos pneus é quase ideal.
É muito difícil detectar a existência do controle eletrônico de tração. Ele pode estar dentro de um software (programa de computador) que "administra" o funcionamento do motor.
No áudio-visual, porém, dá para perceber se é usado. O ruído do motor é diferente e o carro sai de uma curva sem escorregar.
Segundo os detratores da Benetton, Bernie Ecclestone, presidente da Foca (Associação dos Construtores da F-1), teria permitido à equipe sair da linha nas duas primeiras etapas do ano.
O motivo: dar emoção a um campeonato que estava destinado a ser um passeio de Ayrton Senna.
Em Imola, Bernie teria arquitetado um plano sórdido. Como a pista favorece mesmo a equipe do brasileiro, a Benetton tiraria tal controle para disfarçar.
"Isso é bobagem", dizem Ecclestone e dirigentes da Benetton.
Pensar que a Benetton está fora do regulamento parece fora de propósito. A punição para um time que sair do trilho, segundo a FIA, será a eliminação pura e simples do campeonato.
(FG)

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