São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Goleiro credita sua boa fase à colocação

Para Zetti, jogar adiantado ajuda

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Zetti é uma das principais armas do São Paulo, hoje contra o Palmeiras. O goleiro foi o melhor em campo no empate entre os dois times, quarta pela Taça Libertadores, o mais importante torneio sul-americano interclubes.
O goleiro do São Paulo costuma se destacar em jogos contra o Palmeiras, seu ex-time. Ele nega que seu desempenho tenha a ver com o fato de ter saído do Palmeiras numa situação de crise.
Em 1988, Zetti quebrou a perna numa partida contra o Flamengo.
Apesar de ter chegado a ficar mais de mil minutos sem tomar gols no Campeonato Paulista de 1987, ele nunca mais recuperou a posição no Palmeiras.
Sua venda ao São Paulo teve sabor de dispensa desonrosa.
Mas desde 1991, venceu vários títulos, inclusive o bi mundial interclubes.
Essa história criou a versão de o goleiro se vinga do seu ex-clube a cada vez que o enfrenta. "Não tenho raiva do Palmeiras", diz.

Folha - Você tem raiva do Palmeiras?
Zetti - (rindo) Não, eles é que devem ter raiva de mim.
Folha - Por que é que você joga tão bem contra o Palmeiras? Tem a ver com a sua saída de lá?
Zetti - (sério) Não. O Palmeiras é um grande time e por isso eu me mantenho muito mais concentrado durante a partida.
Folha - A atuação de quarta-feira aumentou a sua chance de ser o titular na Copa?
Zetti - Já tive várias outras boas atuações. Contra a Argentina, mostrei minha confiança e meu jogo. Mas quem escolhe é o técnico. O importante é estar no grupo que vai à Copa.
Folha - Você já levou alguns gols de cobertura, como o do búlgaro Stoichkov, do Barcelona, na final do Mundial Interclubes de 92. Quarta-feira, você impediu gols do Palmeiras jogando adiantado. Vale a pena jogar assim?
Zetti - Normalmente sim. Adiantado, você diminui o gol para o atacante. Quando mais atrás o goleiro se coloca, maior fica o gol. Mas isso depende do adversário.
Folha - Como assim?
Zetti - Existem alguns jogadores, como o Palhinha, que sabem fazer gols por cobertura. Contra eles, é melhor jogar um pouco mais atrás. Mas no Palmeiras o Evair e o Edmundo são atacantes de chute forte.
Folha - Você acha que não há perigo de o Evair tentar um chute por cobertura e te pegar de surpresa?
Zetti - No domingo (hoje), ele pode até fazer isso.
Folha - Qual o segredo de suas defesas?
Zetti - Colocação. Bem colocado, você tem tempo de chegar à bola. A defesa fica um pouco mais fácil.
Folha - Você até já veio em dia de folga para treinar. Você se considera cdf?
Zetti - Não, nessa época de muitos gols, eu só faço manutenção. Como há pouco tempo para se recuperar dos jogos, se treinar demais prejudico meu preparo físico.
Folha - Como você encara o "segundo assalto da sua luta" contra o Evair?
Zetti - (rindo) Vai ser difícil como o primeiro, mas espero que a luta continue assim, empatada. (sério) Tenho grande preocupação com ele.

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