São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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A face oculta da vida americana

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>Glover e Dillon: dupla convincente
Crédito Foto: Divulgação
Vinheta/Chapéu: \<FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>CINEMA\</FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>
A face oculta da vida americana
Em "Alguém para Dividir os Sonhos", o diretor Tim Hunter capta com sensibilidade a vida dos sem-teto em Nova York. Comove, sem fazer um drama tolo e meloso.
Danny Glover interpreta Jerry, que perdeu dinheiro, mulher e filhos. Matt Dillon e Matthew, rapaz ingênuo e com bloqueios mentais que vaga pelas ruas clicando imagens com uma câmera sem filme e ouvindo música num fone sem walkman.
Nos faróis, os dois limpam vidros de carros. À noite, vão ao Fort Washington, ex-prédio das Forças Armadas no Bronx que, desde 1980, abriga 930 sem-teto. É um inferno.
Uma das cenas mais belas é a do sonho de Matthew com uma vida digna, que Jerry alimenta no rapaz. A referência imediata é o final de "Dodeskaden" (1970), obra-prima de Akira Kurosawa, que se passa numa favela de Tóquio. À luta, por vezes bem-humorada, para sobreviver na pobreza somam-se porções de racismo e indiferença.
Aí você sai do cinema impressionado e vê sem a mesma atenção, na primeira esquina, personagens do filme. Veja.
– G.A.

Alguém para Dividir os Sonhos (The Saint of Fort Washington). EUA, 1993. Direção de Tim Hunter. A estréia estava programada para sexta, 29, nos cines Paulista, Calcenter e Olido. Salas e horários a confirmar.

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