São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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Ex-comunistas decidem apoiar petista
PAULO PEIXOTO
A convenção que definiu o apoio aconteceu no fim-de-semana em Belo Horizonte (MG). Quatro votos foram contrários e um delegado se absteve (não votou contra nem a favor). O secretário-geral, Francisco Almeida, 54, disse que o PPS vai trabalhar para que a frente que apóia Lula seja ampliada com partidos "progressistas". O PPS não quer a radicalização da campanha e do programa de governo a ser defendido por Lula na campanha. "Queremos a ampla discussão do programa. Pode-se até partir do programa do PT, mas ele tem que estar aberto porque novas forças devem se aliar no segundo turno", disse. As propostas do PPS para o programa de Lula deverão ser entregues ao PT em 15 dias. Em relação às correntes internas do PT, o PPS se identifica com a tendência liderada pelo deputado José Genoíno (PT-SP). Segundo ele, as divergências que existem entre PPS e PT "não são intransponíveis". Moderação Para o PPS, questões polêmicas como monopólios estatais, privatizações e dívida externa não podem ser colocadas de forma radical. "O importante é não fechar questões. Temos que discutir isso abertamente", disse. Para Almeida, encerrada a convenção petista, a tendência é que Lula assuma o comando da campanha. "Isso vai facilitar mais as negociações", afirmou. O PPS não quer também que Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) seja tratado como sendo o "candidato da direita". "Ele (FHC) é um candidato social-democrata. O debate deve ser em cima de programas", disse. A preocupação maior do PPS é em relação ao que o partido chama de "terceiro turno". "Deve haver a preocupação com a governabilidade do país. Vencendo, Lula terá que buscar apoio para governar", disse. O deputado Roberto Freire (PE) foi reeleito presidente nacional do PPS por mais três anos. Freire deixou a convenção do partido antes do encerramento para participar do ato que Lula realizaria em Brasília. A convenção decidiu ainda que cada diretório regional do partido deverá definir apoio aos candidatos aos governos estaduais de acordo com os interesses do PPS em cada Estado. Texto Anterior: Proposta de Suplicy é aclamada Próximo Texto: Bornhausen pretende ser o vice de FHC Índice |
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