São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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Manifestações do 1º de Maio em São Paulo são um fracasso CRISTIANE PERINI LUCCHESI CRISTIANE PERINI LUCCHESI; MARCIA DE CHIARA
A CUT estadual São Paulo realizou um "show-comício" de toda a grande São Paulo no Vale do Anhangabaú, centro, no qual não estiveram presentes mais do que 2.000 pessoas. "A organização do ato foi fraca e o dinheiro está curto", admitiu José Lopez Feijóo, presidente da entidade. Segundo ele, foram gastos cerca de US$ 10 mil no evento. Para Feijóo, os dirigentes da central estão envolvidos na preparação do Congresso da CUT, que acontece de 19 a 22 de maio. Jair Meneguelli, presidente da CUT, e outros dirigentes estavam em Brasília, no encontro do PT. "Faltou integrar o 1º de Maio no calendário de lutas contra o Plano FHC", disse Oswaldo D'Andrade, diretor da CUT estadual e da corrente "O Trabalho". Para Dirceu Travesso, diretor da entidade e do PSTU, a direção da central não tem mais apostado como deveria na mobilização. No ato da CUT, a grande atração de público foram os shows. Só houve um discurso político, de Feijóo, que leu um manifesto. Um minuto de silêncio foi dedicado à morte do piloto Airton Senna e outros trabalhadores que "morrem em acidentes de trabalho", segundo Feijóo. Já a Força Sindical nem sequer convocou um ato unificado. "Ninguém preparou nada", admitiu Cláudio Carmargo Crê, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e diretor da Força Sindical. As diferenças políticas na central contribuíram para a divisão. Apesar de o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, ser o virtual candidato a governador do Estado pelo PP em coligação com o PPR, dois sindicatos filiados à central convocaram políticos do PMDB para seus atos. Em Mogi das Cruzes, o Sindicato das Costureiras reuniu 4.000 pessoas com churrasco, chope e show da Alcione de graça. O pré-candidato do PMDB à presidência da República, Orestes Quércia, fez seu discurso. No Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco foi a vez de Barros Munhoz, candidato do PMDB ao governo do Estado, discursar para pouco mais de 1.000 pessoas. O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, lembrou que a preocupação central do trabalhador no 1º de Maio é com o emprego. Mas, segundo ele, "aumentos salariais fora da realidade não geram emprego". Esses aumentos, segundo ele, só trazem mais inflação que corrói os salários, ampliando o desemprego. Colaborou Marcia de Chiara, da Reportagem Local. Texto Anterior: Para o PFL, real em 1º de julho já chega com atraso de seis meses Próximo Texto: Biscaia denuncia hoje envolvidos no bicho Índice |
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