São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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Mapa revela concentração bancária
NELSON BLECHER
É bem superior, no entanto, a participação relativa do Estado nos depósitos bancários: 60,4%. Principal pólo industrial do país, São Paulo gera cerca da metade da receita da produção brasileira. Apesar de significativo, o percentual é comparativamente inferior ao de volume de empréstimos bancários no Estado (61,2%). Seja qual for o indicador que se considere, nenhum setor do mapa dos negócios exibe concentração geoeconômica tão elevada quanto o financeiro. Esses dados emergem de um inédito levantamento conduzido pela consultoria Estudos Empresariais. A pesquisa revela também que a metade das 17.262 agências brasileiras está localizada na região Sudoeste. "Com o fim do ciclo inflacionário, os bancos deverão redimensionar suas redes", afirma Tadeu Masano, diretor da consultoria e professor da Fundação Getúlio Vargas. "A introdução da nova moeda, o real, deverá frear a expansão das redes", prevê Belmiro Valverde Castor, diretor-superintendente do Bamerindus, que possui 1.360 agências. Dessas, 300 foram abertas em 1990. Ano passado, em meio às comemorações de seu cinquentenário, o Bradesco chegou a inaugurar mais de uma nova agência a cada semana. O provável "redimensionamento" a que se refere o consultor nada tem a ver com braço de serviços eletrônicos, que registra crescimento notável. Em 1993, a rede de quisques do "Banco 24 horas" saltou 20%. O Bradesco, que investe US$ 150 milhões anuais em informática, vai acrescentar mil novas máquinas à sua rede de auto-atendimento "Dia e Noite". Enxame "Mas o número de agências está superestimado, por exemplo, na capital paulista" , opina Masano, diante da tela do computador em que agências representadas por pontinhos dão ao mapa da cidade o aspecto de um enxame. O centro, tradicional praça bancária, continua a abrigar o maior percetual (18,3%) das 1.538 agências paulistanas. Somente no triângulo formado pelas ruas Direita, Líbero Badaró e Boa Vista, funcionam 106 agências bancárias. Superam em número as 95 distribuídas ao longo da avenida Paulista, apontada como o moderno corredor financeiro da cidade. Os Jardins, onde a Paulista está enquadrada no mapa, desponta como a segunda maior concentração de agências (10,8% do total) da capital, embora ali residam apenas 1,5% dos paulistanos. Já a zona leste, responsável por participação pouco inferior (9,9%) na distribuição das agências, exibe a mais elevada densidade demográfica da capital. Vivem em seus bairros 29,4% da população. Texto Anterior: URV chega para fundos Próximo Texto: R&R aposta em perfumes de luxo Índice |
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