São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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R&R aposta em perfumes de luxo
ALINE SORDILI
A empresa, fundada em agosto 1990, nasceu com a liberação das importações. À sua frente está Marcos Rothenberg, 23, diretor de marketing. Apesar da pouca idade, Rothenberg centraliza praticamente tudo o que acontece na empresa –a única concorrente direta no ramo de perfumes da multinacional francesa L'Óreal no Brasil. A idéia de fundar a R&R pegou carona no know-how de família. O pai de Rothenberg possui uma empresa similar em Portugal, que importa e distribui perfumes. "O que impulsionou a formação da R&R foi a oportunidade", garante Rothenberg. "Não existia um mercado consumidor. Com isso, as chances de ocupar um espaço e se firmar no mercado ficam bem maiores", acredita. Para Rothenberg, o Brasil não possuia um mercado institucionalizado de importação. "O que existia era o contrabando. Não havia sistema de distribuição e proteção ao consumidor ou lojista", afirma. Para ele, até então, só existia a venda do produto. "O que forma o mercado é o conjunto de ações para venda, proteção e garantia do que será vendido". A R&R começou com seis funcionários. Atualmente, emprega 123 pessoas. Isso só contando os empregos diretos, com os indiretos (vendedores, gerentes de loja etc.) este número passaria para 1.200. Rothenberg acreditava que a empresa se firmaria no mercado apenas em 96. Isso aconteceu mais cedo. "Em três anos já conseguimos uma posição consolidada." Atualmente a empresa detém 35% do mercado de perfumes de luxo. Rothenberg só divulga seu faturamento em unidades de perfumes vendidos. Este número chegou a 120 mil unidades em 93. Para 94, a empresa espera vender 200 mil unidades. Rothenberg acredita no crescimento do mercado consumidor brasileiro. Seus produtos são direcionados para as classes média e média-alta. Cada perfume custa entre US$ 45 e US$ 75. A estruturação da empresa começou com a escolha das marcas. Primeiro, optou-se pelo ramo de perfumaria fina que, segundo Rothenberg, exige menos investimentos e consegue-se uma resposta mais rápida. Depois foi criada uma estrutura para o comércio, por meio de treinamento de pessoas para a venda, seguido pela sedimentação da imagem institucional da empresa. Este é um dos pontos mais trabalhados por Rothenberg. "O mercado brasileiro ainda tem muito contrabando. Por isso, criamos o selo de qualidade" (leia reportagem ao lado). Consolidar a imagem institucional da R&R dá trabalho e consome muito dinheiro, diz Rothenberg. No ano passado, apenas na campanha do selo de qualidade e em publicidade em revistas foram gastos US$ 80 mil. Para este ano, estão previstos gastos da ordem de US$ 170 mil. A empresa importa 17 linhas de perfumes. Isso dá um total de 47 tipos diferentes. A R&R está entrando agora no mercado de cosméticos com o Neutrogena. O produto está sendo bem aceito pelo mercado, segundo ele. Foi escolhido para servir de termômetro para o mercado de cosméticos importados. Segundo Rothenberg, todo ano o setor registra aproximadamente 400 lançamentos mundiais de perfumes, mas apenas oito sobrevivem mais que dois anos. Para ele, é importante sempre estar sintonizado com o mercado externo. "Precisamos oferecer sempre o que existe no exterior para o consumidor brasileiro. Isso evita o contrabando". Para saber mais: R&R Comercial Importadora e Exportadora Ltda. - tel. (011) 826-6488. Texto Anterior: Mapa revela concentração bancária Próximo Texto: Empresa garante a qualidade de produtos Índice |
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