São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Sem fronteiras

CIDA SANTOS

Apertem os cintos: a partir desta sexta-feira tem início a viagem pela Liga Mundial. As doze seleções na luta pelo título da temporada começam a dar uma volta pelo mundo. Nesta primeira fase, serão seis semanas com 72 jogos disputados em 33 cidades. Aliás, a Liga pode servir até como uma bela aula de geografia. Você sabe onde fica Guangzhou ou Hertogenbosch? Pois é, também vão ser realizadas partidas nessas cidades. Se você respondeu China e Alemanha, parabéns.
A Liga tem rompido fronteiras. Até 89, as seleções basicamente só se enfrentavam em Mundiais ou em Olimpíada. E o adversário era sempre uma surpresa. Mesmo a torcida raras vezes tinha o privilégio de ver de perto os grandes ídolos do vôlei mundial. Desde 90, ano da primeira edição da Liga, as coisas começaram a mudar. As seleções passaram a se enfrentar todo ano. Teve início então a era do intercâmbio total e de muitas horas de vôo. Cada time enfrenta o mesmo adversário quatro vezes. Dois jogos em cada país. E todos com transmissão obrigatória de televisão. Resultado: hoje Zorzi, Despaigne, Zwerver e companhia têm fãs no Brasil. Como também os brasileiros têm os seus fãs-clubes nas mais diversas cidades do planeta.
O mundo do vôlei, caro leitor, está ficando pequeno com a Liga. Na quadra, também se percebem os sinais de que as distâncias estão diminuindo. O técnico José Roberto Guimarães diz que a tendência é haver cada vez mais uma mescla de estilos de jogo. Ou seja: a frequência maior de confrontos entre as principais seleções do mundo permite que as inovações táticas sejam absorvidas com mais rapidez pelos adversários. É o vôlei na era do avião supersônico.
A Liga trouxe outra característica inovadora. A premiação em dinheiro no vôlei. Nesta temporada, estarão em jogo US$ 6 milhões. Mais um belo motivo para se ganhar uma partida. Na primeira fase, cada vitória vale US$ 12 mil. Para os derrotados, uma recompensa: US$ 8,4 mil por jogo perdido. No final das contas, o campeão vai ganhar o troféu e mais US$ 1 milhão. Nada mau.
A seleção brasileira –que na estréia pega a Bulgária do gigante Ganev, de 2,10 m– já sabe o que vai fazer com o dinheiro. O time decidiu manter o mesmo sistema implantado em 92. Os prêmios serão divididos de maneira igual entre titulares, reservas e comissão técnica.

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