São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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`Não sou burro', diz técnico Luxemburgo

Treinador responde à torcida com vitória de ontem

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Uma pessoa que já deu três títulos (campeão paulista, brasileiro e do torneio Rio-São Paulo) ao Palmeiras não pode ser chamada de burro."
Com essas palavras, o técnico Wanderley Luxemburgo respondeu à torcida palmeirense, que o chamou de "burro" quando ele substituiu o lateral-direito Cláudio pelo atacante Maurílio, aos 29min do segundo tempo.
Alguns segundos depois de entrar em campo, em sua primeira intervenção na partida, Maurílio marcou o segundo gol do Palmeiras. Aos 38min, ele sofreu a falta que resultou no gol de Evair.
Segundo Luxemburgo, o gesto de se virar para a torcida e sacudir a camisa à altura do peito, após o gol de Maurílio, serviu para "mostrar que quero sempre o melhor para os palmeirenses, do fundo do coração".
"Quero que a torcida seja sempre o nosso primeiro jogador", disse o técnico.
Luxemburgo explicou que o objetivo da substituição foi colocar Maurílio sobre o líbero Válber, anulando a superioridade numérica do São Paulo na sua defesa.
"Mesmo quando estava em desvantagem no placar, o Palmeiras foi sempre melhor que o São Paulo. Por isso, esperei ao máximo antes de fazer qualquer modificação, pois a equipe tinha condição de reverter o resultado", afirmou o treinador.
Luxemburgo declarou que os dois gols são-paulinos ocorreram em falhas do Palmeiras. "Disse aos jogadores no intervalo que, naquele momento difícil, eles teriam que se superar."
O técnico palmeirense negou que a vitória sobre São Paulo tivesse um sabor especial. "Mas nos deixou numa situação muito boa no campeonato", disse.
"Se perdermos um ponto nesses quatro jogos, seremos os campeões", afirmou o treinador palmeirense.
O zagueiro Antônio Carlos estava com o rosto tão inchado no vestiário, após o jogo, que nem conseguia falar.
Segundo explicou através de gestos, o hematoma se deveu a um soco que recebeu de Válber no segundo tempo.
Antônio Carlos deixou o vestiário escoltado por dois seguranças do Palmeiras, pois alguns torcedores são-paulinos o esperavam do lado de fora para tirar satisfações a respeito da briga com o líbero do São Paulo.
O zagueiro palmeirense foi um dos primeiros jogadores da equipe a deixar o campo após o apito final. Ele correu direto para o vestiário, sem dar entrevistas.

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