São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Telê reúne time e critica falhas individuais

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Telê Santana, do São Paulo, abreviou a permanência dos jogadores no campo, depois de terminado o jogo.
Irritado com a derrota para o Palmeiras, o treinador exigiu a presença do time no vestiário para distribuir a bronca sobre o motivo que provocou o resultado.
"Alertei os jogadores que, em um clássico, uma falha individual poderia ser fatal. Não me ouviram e perdemos a partida", disse Telê.
O motivo de sua irritação foi uma falta sofrida pelo atacante Maurílio, do Palmeiras, cometida pelo zagueiro Nem, aos 37min do segundo tempo.
A falta, cometida próxima à linha da grande área, foi cobrada com perfeição pelo atacante Evair. Nesse momento, Telê levou as mãos à cintura, sem nada dizer.
"Eu já tinha alertado. Não podemos ter falhas individuais que permitam esse perigo", disse o treinador, já conformado com a superioridade palmeirense na luta pelo título paulista.
"Tínhamos o jogo nas mãos. Agora ficou muito mais fácil ao Palmeiras. Temos que torcer para um tropeço deles, além de vencer todas nossas partidas."
Os jogadores concordaram com Telê. "Realmente não podíamos falhar perto da área. O problema é que o Nem tinha entrado fazia pouco tempo e ainda não estava no ritmo", disse Cafu.
"Realmente eu ainda estava me adaptando ao clima da partida. O Maurílio foi muito rápido e eu precisava cometer a falta para não deixar que entrasse sozinho na área", disse Nem.
"O que mais me deixa inconformado é que o Palmeiras só teve chances com bola parada", disse o meia Palhinha.
"Em um escanteio, eles empataram o jogo (2 a 2). E, na cobrança de falta, viraram a partida. O São Paulo tinha o domínio naquele momento", comentou o meia.
A superioridade também foi notada por outros jogadores. "O Palmeiras estava cansado. E não conseguiu reagir mesmo empatando", observou o volante Doriva.
Como todos, o jogador procura manter uma esperança de conquistar o título, mas sabe que depende de uma derrota do Palmeiras.
"É duro esperar agora por um tropeço deles. O vencedor desse clássico conseguiria muita tranquilidade, ao contrário do perdedor", disse o volante.
As falhas do São Paulo foram responsáveis, segundo o meia Leonardo, pelo crescimento do Palmeiras. "Eles perceberam que estávamos dando espaço", disse.
O detalhe principal da derrota, segundo os jogadores, foi a substituição do zagueiro Júnior Baiano.
Aos 32 minutos do segundo tempo, o jogador disputou de cabeça a bola com Evair. Ao cair no chão, sentiu fortes dores no tornozelo direito.
Imediatamente o árbitro paraguaio Juan Francisco Escobar interrompeu a partida. Júnior foi carregado de maca até o departamento médico do São Paulo.
Lá, foi radiografado três vezes. "Minha sorte foi que não houve fratura", disse o jogador, que voltou carregado ao vestiário, ainda reclamando de dores.
O zagueiro, que sofreu uma torção, não poderá disputar a partida de amanhã, contra o Santo André, no Morumbi.
Também não jogarão Zetti, Cafu e Leonardo, convocados para a seleção brasileira que disputa um amistoso contra a Islândia, na quarta-feira, em Florianópolis.
O volante Axel, que ontem cumpriu suspensão automática, volta ao meio-campo do time.
O técnico Telê Santana, crítico ferrenho das arbitragens paulistas, não percebeu erros no trabalho de Escobar. "Ele cumpriu o seu papel", disse.
(UB)

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