São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994 |
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Empresa brasileira orienta sobre silicone
AURELIANO BIANCARELLI
A Dow Corning é uma das fabricantes norte-americanas que participam de um fundo para indenizar usuários de próteses de silicone que tiveram ou venham a ter problemas de saúde. A empresa está orientando usuárias brasileiras através do telefone (011) 844-5199. Paulo Donatti, diretor da Dow Corning em São Paulo, disse que a Corte norte-americana não quer que as empresas se envolvam no processo. "Nosso papel se limita a informar sobre como entrar em contato com a Corte nos EUA." Quem quiser obter material desta Corte deve escrever para: MDL 926 - P.O.Box 11683 - Birmingham, AL 35202-1683 - EUA. Segundo Donatti, a Dow Corning comercializava no país até 92 cerca de 2.000 pares –ou 4.000 unidades– de próteses por ano. Outras 5.000 unidades eram feitas pela Silimed, único fabricante nacional de prótese mamária. Robert afirma que a Silimed não recebeu até hoje nenhuma reclamação judicial contra os produtos. O cirurgião Raul Couto Sucena, do Hospital Beneficiência Portuguesa e professor aposentado da Faculdade de Medicina da USP, diz que menos de 10% das próteses de silicone resultam em problemas, como o endurecimento. "Complicações sérias são mais raras." Em quase 30 anos de trabalho, ele diz ter se defrontado com menos de 20 destes casos. Ithamar Nogueira Stocchero, 43, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diz que muitos países, entre eles Brasil, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, França, Japão e Inglaterra, continuam a comercialiar as próteses. Nos EUA, elas foram proibidas pelo governo em 92. Até essa data, entre 200 mil e 250 mil implantes eram feitos por ano naquele país. Segundo Stocchero, a proibição do governo americano é "incongruente", pois autoriza bolsas de silicone desde que contenham em seu interior soro fisiológico. "Se o silicone fosse prejudicial à saúde, as bolsas de silicone também o seriam", observa. Só no ano passado, foram feitos cerca de 100 mil implantes com soro fisiológico nos EUA. As próteses com "recheio" de silicone continuam permitidas para cirurgias reconstrutivas. Texto Anterior: Unicamp divulga lista de livros e calendário para o vestibular 95 Próximo Texto: Governo e professores negociam salários hoje Índice |
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