São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994 |
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Rede Wall Mart vai vir para o Brasil
MARISTELA MAFEI
As negociações estão sendo comandadas pessoalmente por Carlos Alberto Sicupira, um dos sócios majoritários do Garantia. Junto com esta negociação, Sicupira comanda também a compra da rede de supermercados baiana Unimar, através do GPI –um fundo de investimentos formado pelos sócios do banco Garantia e por investidores estrangeiros. O fundo conta com aproximadamente US$ 400 milhões para realizar investimentos no Brasil. Baixas A "operação Wall Mart" nas Americanas já ocasionou baixas no quadro de executivos do Carrefour e da rede Sendas, do Rio de Janeiro. Executivos do Makro também estão sendo sondados para participar do empreendimento. A Folha apurou que este mesmo grupo de investidores –sócios também na Brahma e na Artex– cogita a aquisição das operações do grupo Vendex no Brasil. O Vendex tem participação acionária na rede de lanchonete Bob's e em vários shoppings centers. O grupo Wall Mart fatura US$ 67 bilhões por ano e conta com três formatos de loja: a de departamento, que leva o nome Wall Mart; a chamada Vendor Store, onde os próprios fornecedores encarregam-se da venda de seus produtos e o Sam's Club. O Sam's Club é uma espécie de hipermercado que realiza vendas no atacado para pessoas físicas, medidante o pagamento de uma taxa anual. Primeira loja Uma primeira loja, do tipo Sam's Club, será inaugurada no eixo Rio-São Paulo entre o final de 94 e início de 95. Por atuar em várias frentes do varejo, a entrada da Wall Mart no Brasil mexe com os grandes magazines, com as redes de supermercados e de atacado. A Folha apurou que uma grande rede de hipermercados que atua no país desengavetou um antigo projeto de construir lojas compactas. Ao operar em escala menor, essa rede diminui custos e fica mais agressiva para competir com a Wall Mart. A rede norte-americana conta com cerca de duas mil lojas espalhadas pelo mundo. Ocupa o 4º lugar no ranking das maiores empresas privadas dos Estados Unidos. Recentemente iniciou suas operações no México, onde pretende construir 20 lojas até o final de 1994. Internacionalização Para Marcos Gôuvea, consultor de empresas de varejo no Brasil, o setor de lojas de departamento e de supermercados estará completamente internacionalizado nos próximos dez anos. "Há uma saturação em países como os Estados Unidos, e todas as grandes redes priorizam crescer, agora, na América Latina.", afirma Gôuvea. Em 1993, o Carrefour fechou suas duas lojas nos Estados Unidos por considerar que o mercado não comportava suas operações. Texto Anterior: Bolsas de Valores perdem o fôlego Próximo Texto: Feira traz tecnologia para indústria gráfica Índice |
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