São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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Israel e OLP finalizam no Cairo acordo de autonomia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê de Israel, Yitzhak Rabin, e o presidente da OLP, Iasser Arafat, devem se encontrar hoje no Cairo para acertar últimos pontos do acordo a ser assinado amanhã.
Em Stuttgart (Alemanha), Arafat disse estar esperançoso de que o acordo para autonomia palestina na faixa de Gaza e na cidade de Jericó será assinado amanhã.
"Nós ainda temos alguns problemas, mas onde há vontade há um caminho", afirmou o líder palestino.
Arafat disse que a autonomia de Gaza e Jericó é o primeiro passo para a formação de um Estado palestino com capital em Jerusalém.
O tamanho da área autônoma de Jericó, a extensão das águas territoriais palestinas em Gaza e o destino dos palestinos que colaboraram com Israel são os principais problemas dos negociadores.
Também não há acordo sobre a libertação de prisioneiros palestinos e o estabelecimento de guardas palestinos na ponte entre a Jordânia e a área de Jericó.
Os negociadores israelenses e palestinos também tentam incluir no acordo geral os pontos acordados na última sexta nas negociações econômicas feitas em Paris.
O premiê de Israel tentou ontem ampliar a base de apoio ao acordo de paz em seu país.
"Não estamos pagando (com sangue) pelo processo de paz", afirmou ao se referir aos atentados cometidos por palestinos contrários aos acordos.
"O processo de paz marca o final do preço... se o povo quer governar uma nação estrangeira eles precisam saber que isso vai custar-lhes em sangue", disse Rabin.
Se o acordo for assinado amanhã, Israel deve começar a retirar suas tropas na quinta. Os israelenses serão substituídos inicialmente por mil policiais palestinos.
Segundo Rabin, se os policiais não conseguirem impedir ataques contra Israel, todo o processo de paz correrá risco.
Síria
O secretário americano de Estado, Warren Christopher, disse ver sinais "significativos" de que Israel e Síria estão avançando nas negociações sobre as colinas de Golã.
Christopher chegou ontem a Jerusalém vindo da Síria, onde manteve negociações com o presidente Hafez Assad e o ministro Farouk Shara (Relações Exteriores).
A Síria exige a retirada total de Israel das colinas conquistadas na Guerra dos Seis Dias (1967) antes de discutir o restabelecimento de relações diplomáticas.
Já Israel só aceita revelar a dimensão de sua retirada depois de a Síria assumir um compromisso formal sobre a retomada das relações diplomáticas.

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