São Paulo, terça-feira, 3 de maio de 1994
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'Dr. Morte' é absolvido nos EUA da acusação de auxiliar suicídio

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

`Dr. Morte' é absolvido nos EUA da acusação de auxiliar suicídio
O médico aposentado Jack Kevorkian, conhecido como "Dr. Morte", foi absolvido ontem da acusação de ter ajudado um paciente a se suicidar.
Foi a primeira vez que uma nova lei do Estado de Michigan, Meio-Oeste dos EUA, que proíbe a assistência ao suicídio, foi testada em uma corte.
A defesa de Kevorkian se baseou no argumento de que ele não tinha o objetivo de ajudar o paciente a se matar, mas de aliviá-lo de sofrimentos.
Kevorkian, 65, já orientou o suicídio de 20 pessoas desde 1990. Ele é o principal defensor do direito à eutanásia (abreviação da vida de um paciente com doença incurável).
Ele foi julgado ontem pelo caso de Thomas Hyde, o mais jovem (30 anos) de seus suicidas. Hyde morreu em 4 de agosto de 1993, inalando monóxido de carbono do automóvel de Kevorkian.
O advogado de defesa, Geoffrey Fieger, apelou aos jurados para que absolvessem seu cliente em nome dos direitos humanos.
Fieger disse, depois do resultado, que o veredito "cravou uma estaca no coração" da lei contra a assistência ao suicídio. Kevorkian defende a realização de plebiscito para decidir sobre a ratificação da lei. Ele também argui sua inconstitucionalidade em tribunais superiores.
Hyde sofria da doença de Lou Gehrig, uma desordem degenerativa do sitema neurológico, que provoca dores e impede a vítima de realizar as mais simples tarefas. A principal testemunha de defesa foi sua noiva, Heidi Fernandez, que considera Kevorkian um redentor de Hyde.

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