São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Collor acionou Palmeira para abafar escândalo

DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Guilherme Palmeira (PFL-AL) foi o político escalado pelo ex-presidente Fernando Collor e por PC Farias para tentar abafar as denúncias que resultariam no Collorgate, em 1992.
Segundo apurou a Folha, coube a Palmeira a missão de tentar fazer com que Pedro Collor (irmão de Fernando Collor) desistisse das acusações contra o ex-presidente.
O senador manteve pelo menos três encontros com Pedro, em Maceió, no início de 92, mas não obteve êxito na sua tarefa.
O irmão de Collor fez as acusações no fim de abril daquele ano. O usineiro João Lyra, pai de Thereza (mulher de Pedro), também acionou Palmeira nesse sentido.
O senador ficou com essa missão pela sua fama de conciliador. É elogiado por políticos de Maceió por sua capacidade de unir pessoas de vários segmentos e partidos.
Palmeira tem bom relacionamento com todos os membros da família Collor, PC e, principalmente, com os usineiros, que o apoiaram em suas campanhas.
A própria família Palmeira já foi bastante influente no setor da cana-de-açúcar, como proprietária do engenho Prata.
Atualmente, o engenho produz pouco, mas já chegou a ser um dos maiores fornecedores de cana às usinas de açúcar e álcool.
O senador também tem negócios na área das comunicações. É sócio da TV Pajuçara, que retransmite a TV Manchete em Maceió.
Na revisão constitucional, Palmeira foi voto vencido no PFL. Ao contrário da maioria do partido, defendia a extinção dos vice-presidentes.
Propunha a ocupação da Presidência pelo presidente da Câmara emo caso de vacância do cargo e convocação de nova eleição num prazo máximo de 90 dias.
Apesar de parlamentarista, Guilherme Palmeira não teve atuação marcante em seus dois mandatos como senador.

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