São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Empresário francês apóia a intervenção do Estado

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A intervenção do Estado nas atividades econômicas foi defendida ontem em uma conferência internacional de comemoração da vitória da economia de mercado sobre o socialismo.
Jean-René Fourtou, presidente da Rhône-Poulenc, disse que a intervenção estatal é "o preço a pagar para a criação de um conjunto econômico equilibrado".
A Rhône Poulenc, que é a dona da Rhodia, no Brasil, foi uma das empresas privatizadas no ano passado pelo governo francês.
A conferência, "Vitória da economia de mercado - A busca de novos modelos", foi realizada no Centro Empresarial de São Paulo.~
Os organizadores foram a Escola Politécnica da França, que comemora seu bicentenário em 94, a Politécnica de São Paulo e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Fourton disse que a abertura de mercados, as trocas comerciais e a busca de competitividade são fatores de vantagens para consumidores e progresso para as sociedades.
Ele afirmou, porém, ser preciso que a liberalização se desenvolva dentro do respeito "a certas regras do jogo", que devem ser as mesmas para todos e duradouras.
"Esse é o objetivo dos acordos assinados no Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), que levaram à criação da Organização Mundial do Comércio", disse.
O empresário Paulo Villares, presidente das Indústrias Villares, disse que no Brasil a intervenção do Estado é "necessária".
Villares disse que o país "precisa continuar a abertura comercial", mas afirmou que até os mais liberais precisam aceitar um papel
regulador para o Estado.
"Os países desenvolvidos têm um discurso liberal, mas, ao mesmo tempo, estão sofisticando seus mecanismos de proteção", disse.

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