São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Interdição causaria prejuízo de US$ 6,5 mi
RICARDO SETYON
Resultado oficial da autópsia de Senna continua em sigilo; equipes Williams e Simtek são citadas no inquérito do caso A não-realização do Grande Prêmio de San Marino, em Imola, no último domingo, teria dado um prejuízo de pelo menos US$ 6,5 milhões (cerca de CR$ 8,9 bilhões) aos organizadores da prova. Segundo os cálculos da Sagis (entidade que dirige o circuito e controla a sua manutenção), a interdição pelas autoridades italianas implicaria a devolução do preço do ingresso a quase 100 mil espectadores (cerca de US$ 3,5 milhões). No cálculo também são incluídos os US$ 3 milhões gastos com a organização do evento em si. Além desses US$ 6,5 milhões, a Sagis teria que arcar com despesas legais milionárias para enfrentar eventuais processos abertos pelos patrocinadores, ou mesmo por entidades como a FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Processo A Procuradoria da República italiana informou ontem, em Bolonha, que o resultado oficial da autópsia do piloto brasileiro Ayrton Senna, morto no domingo, continuará a ser segredo institucional judiciário, até decisão contrária. As equipes Williams e Simtek (do austríaco Roland Ratzenberger, morto durante os treinos de sábado em Imola) foram citadas no processo que investiga sete responsáveis pela organização da prova. A Justiça italiana notificou as duas escuderias de que seus técnicos, projetistas e mecânicos também serão incluídos no inquérito. Os peritos da polícia continuaram ontem a fotografar, de vários ângulos, os capacetes de Senna e Ratzenberger e outros destroços. O chefe do Tribunal de Justiça de Bolonha, Maurizio Passarini, negou ontem pedido da Williams e da Sintek para liberar os carros acidentados o mais breve possível. A intenção, segundo as equipes, era realizar análises próprias. Passarini afirmou que "tempos breves não podem ser considerados em hipótese alguma neste sério inquérito. Seremos nós os responsáveis por qualquer decisão sobre o tempo necessário para liberar qualquer um dos veículos." O advogado Massimo Rinaldi, especialista no Código Penal italiano, disse ontem que os organizadores deveriam ter tido uma ação mais firme após os acidentes de Ratzenberger e Barrichello. "Há artigos no Código Penal que possibilitariam plenamente o fechamento da pista", disse. Texto Anterior: Mudanças na F-1 significam volta para trás Próximo Texto: Interpol nomeia delegado para acompanhar caso Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |