São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Sem inflação, IPMF ameaça poupança

DA REPORTAGEM LOCAL

A cobrança do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) nos saques da caderneta de poupança numa economia sem inflação vai provocar uma queda de rentabilidade nominal que pode levar a um movimento de fuga dos investidores.
O alerta é do advogado Ives Gandra Martins, que se reuniu ontem com cerca de 40 empresários ligados à Câmara Brasil-Alemanha para debater o tema "A modernização do sistema tributário brasileiro."
"O peso real do IPMF na poupança aumenta muito com a eliminação da inflação porque não haverá correção monetária. De cada 0,50% do juro mensal, o governo ficará com 0,25% na retirada do dinheiro. Com isso, o governo receberá metade de toda a rentabilidade real da caderneta de poupança. Isso vai provocar fuga dessa aplicação."
Na análise de Gandra, com o plano de estabilização econômica do ministro Fernando Henrique Cardoso, o governo trocou a reforma constitucional –que prevê mudanças no sistema tributário– por um plano de emergência.
"Isso engessou o sistema tributário por dois anos. Não dá para fazer revisão. No momento que optou pelo Plano FHC, ele descartou mudanças no sistema tributário brasileiro por dois anos", afirma Ives Gandra.

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