São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Preços já podem ser expressos em URV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de amanhã, os preços no comércio e na indústria poderão ser expressos em URV (Unidade Real de Valor), sem necessidade de virem acompanhados do valor correspondente em cruzeiro real.
O anúncio foi feito ontem pelo ministro Rubens Ricupero (Fazenda). Segundo ele, o ministério baixará hoje portaria nesse sentido. O objetivo é ampliar o uso da URV.
Em almoço com empresários ontem, Ricupero foi informado de que a URV serve de base para mais de 80% das operações no comércio e nas indústrias.
O levantamento foi feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). Segundo os dados, 92% das indústrias de São Paulo utilizam a URV.
Quando foi criada a URV, a Fazenda quis evitar que os preços fossem "urvizados" de imediato, para não haver subidas diárias dos preços em cruzeiros reais. Por isso, foi proibido que os preços fossem fixados somente em URV.
"Já houve tempo de adaptação e o comércio sabe manejar a URV", disse Ricupero. Os empresários acreditam que a urvização não vai afastar os consumidores.
Para Ricupero, a medida acelera o prazo para a criação da futura moeda, o real. Ele informou ainda que a data do real será anunciada em breve, junto com um cronograma de medidas a serem adotadas até sua emissão.
No governo, acredita-se que o anúncio do real será feito na próxima semana pelo presidente Itamar Franco. A data mais provável continua sendo 1º de julho. Ontem os empresários elogiaram a data.
Segundo eles, serão facilitados os balanços de empresas no segundo semestre. Durante todo o período, só haveria transações em uma moeda. Além disso, quanto antes for anunciado o real, mais tempo haverá para adaptações de preços.
Para Antônio Oliveira Santos, presidente da CNC, "os clientes não serão prejudicados, porque os salários sobem com a URV".

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