São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Vai ser barra

CARLOS SARLI

Ontem rolou a festa de abertura do 15º Mundial de surfe amador no hotel Nacional, Rio de Janeiro. Mas é a partir de amanhã, nas águas do meio da Barra, que o bicho começa a pegar.
Será, sem dúvida, o maior evento de surfe que o Brasil já teve. Quase 500 competidores de todo o mundo estarão surfando atrás do título de melhor do mundo. Dos mais inexpressivos, como Trinidade Tobago e Ilhas Reunião (possessão francesa na costa africana), passando por países que nem ondas têm como a Alemanha até os eternos favoritos australianos, 30 países vão estar lá.
Foi num campeonato como esse que, em 1988, o Brasil alcançou a condição de "Primeiro Mundo do surfe". Fábio Gouveia se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe e, desde então, os brasileiros vêm disputando os primeiros lugares. No último evento na França, há dois anos, ficou em segundo.
A equipe que representará o Brasil este ano não é das mais fortes, se comparada às últimas. Mas a garra de competidores como Binho Nunes e Robson Buiú, somada à familiaridade com as ondas e o apoio da torcida, pode levar o Brasil a conquistar o título inédito de campeão por equipes.
Além de Binho e Buiú, Neco Padaratz e Felipe Barreto completam o time que disputa a categoria junior. Daniks Fischer, Maicon Rosa, Charles Cardoso e Gustavo Aguiar correm na categoria Open. Tita Tavares, que não havia se classificado por estar machucada durante as provas classificatórias, acabou sendo incluída pelo técnico Marcos Conde, que preteriu a catarinense Kika. Junto com ela no time feminino está a carioca de Saquarema Alessandra Vieira.
O campeonato terá quatro palanques. No central, em frente ao Barramares, serão disputadas as baterias da categoria Open e as finais das outras categorias. Olhando para praia, à direita, fica o palanque da categoria Júnior e do outro lado serão disputadas as modalidades feminino, knee e long board. Além destes três, um quarto palanque móvel estará pronto para ser acionado caso a Barra não ofereça boas condições.
Daqui a dez dias, novos campeões mundiais subirão ao podium. Se hoje choramos a perda de um grande talento nacional e com ele um pouco da esperança e orgulho de ser brasileiro, a partir de amanhã podemos torcer para que novos talentos apareçam. Boa sorte, Brasil.

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