São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Coleções reúnem Michelangelo, Chagall e Rafael

FEDERICO MENGOZZI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>A colunata da praça de São Pedro e o papa João Paulo 2º na sua sacada, no Vaticano
Crédito Foto: Silvio Cioffi/Folha Imagem
Vinheta/Chapéu: \<FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>POR DENTRO DOS MUSEUS DO VATICANO\</FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>
Coleções reúnem Michelangelo, Chagall e Rafael
A Capela Sistina, com os afrescos de Michelangelo, é o ponto alto de um roteiro de sete quilômetros pela área de 42 mil metros quadrados ocupados pelos Museus Vaticanos.
Quem tiver fôlego, e vontade, também deve ficar atento a outros pontos do conglomerado de museus que os papas constituíram ao longo de meio milênio.
A partir do momento em que o visitante sobe a escada helicoidal dupla concebida pelo arquiteto italiano Giuseppe Momo e pelo escultor Antonio Maraini, são infinitas galerias percorrendo e unindo estruturas construídas a partir do século 13.
No caminho, é difícil não se encantar com o choque de estilos e a sucessão de obras-primas.
Curiosamente, tanto o Laocoonte quanto o "São Jerônimo" andaram perdidos, até irem parar no Vaticano.
As coleções começam na Antiguidade (estátuas, sarcófagos e múmias no Museu Egípcio; bronzes e peças de ourivesaria do Museu Etrusco; bustos e relevos romanos no Museu Chiaramonti etc.) e chegam ao século 20 (Picasso e Chagall nas Coleções de Arte Religiosa Moderna).
Mas há mais, incluindo as "logge" de Rafael e os apartamentos do devasso Alexandre 6º, pintados por Pinturicchio.
Então é a vez de sucumbir ao milagres que, sozinho, Michelangelo operou na Capela Sistina, no teto (cenas do Velho Testamento) e na parede do altar ("Juízo Final"), ambos restaurados e luzindo de novo.
A capela que o papa Sisto 4º construiu entre 1473 e 1480 foi pintada pelo artista toscano em dois períodos, entre 1508 e 1512 (o teto) e entre 1536 e 1541 (o "Juízo Final").
Ao todo, distribuiu cerca de 700 figuras pela capela, centenas de personagens que ilustram passagens bíblicas e, mais que isso, exaltam as formas do corpo humano, no melhor espírito antropocêntrico do Renascimento.
Uma obra acima de qualquer adjetivo, como, aliás, já notava Goethe: "A grandeza de Michelangelo vai além de qualquer expressão".

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