São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994 |
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Juro alto trará recessão, diz Fiesp
ANTONIO CARLOS SEIDL
Ele não crê na promessa do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, de que não haverá queda da atividade econômica com juros mais altos depois do real. O governo disse que vai elevar os juros, desestimulando desta maneira as compras a prazo, para evitar que um eventual aumento do consumo provoque alta de preços. Com a queda da inflação, esperada após a criação da nova moeda, o governo teme uma corrida ao consumo. A Fiesp acha desnecessária a adoção de medidas "drásticas" contra o consumo. Isto porque a indústria ainda tem reserva de capacidade ociosa para atender um eventual aumento da procura de bens de consumo. Bernardini disse, porém, que "nada indica que esse aumento de demanda seja estrondoso". A indústria está utilizando cerca de 73% da sua capacidade de produção e pode aumentar a produção de bens de consumo entre 15% e 20% a curtíssimo prazo", disse. "A desconfiança do público com relação a mais um plano, que, como todos, promete resolver para sempre os problemas do país, vai ser o melhor remédio contra a febre de consumo", disse. " Não há razão para se temer a repetição do efeito Cruzado porque em 86 as pessoas chegaram a se endividar acreditando que o plano durasse, mas hoje há sérias dúvidas", afirmou. O governo deveria, na avaliação da Fiesp, monitorar um eventual aumento de consumo e ter instrumentos preparados para controlar se for necessário. Bernardini disse que o aumento do consumo é saudável, porque "estamos abaixo dos níveis mínimos de consumo, principalmente na área de alimentos". Texto Anterior: Como é feita a pesquisa Próximo Texto: Governo tenta privatizar hoje a Cobra e Caraíba Metais Índice |
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