São Paulo, sexta-feira, 6 de maio de 1994
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Itália luta para recuperar sua hegemonia

CIDA SANTOS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Se você quer arriscar uma aposta com remotas chances de erros, anote esta dica: no Grupo A, Itália e Rússia são os times que se classificam para as quartas-de-final.
Os outros dois integrantes da chave -Japão e China– vão dar trabalho com um jogo veloz e de muita defesa, características básicas da escola asiática. Mas não devem ir muito além disso.
A seleção italiana luta para recuperar o tempo perdido. A "Azzurra", que em 90 foi campeã mundial e em julho de 92 conquistou o tricampeonato da Liga, tenta reconstruir o seu império.
O 5º lugar na Olimpíada de Barcelona e o 3º na Liga de 93 mexeram com os brios do campeão mundial. Não por acaso, o técnico Julio Velasco vai tentar a mesma estratégia do Brasil: conseguir dois picos na preparação de seu time. Quer ganhar o título da Liga em julho e ser bi mundial em outubro.
Velasco tem uma pressão a mais do que o técnico brasileiro. As finais da Liga serão na Itália. Logo, ele terá que vencer para satisfazer a sua fanática torcida.
Para não desgastar a equipe, o técnico já decidiu: contra a Rússia e nos jogos disputados na Itália jogará com os titulares. No Oriente, colocará os reservas na quadra.
Desde setembro do ano passado, a Itália tem mostrado do que é capaz. Reconquistou o título europeu e foi campeã da Copa do Japão. Mas Velasco tem problemas. A principal estrela do país, Andrea Zorzi, pediu dispensa.
Ele não gostou de ter ficado na reserva a temporada passada e deu o troco. Virou oposição. Em compensação, Velasco tem Lorenzo Bernardi de volta ao time. O que não é pouco. Bernardi teve o melhor passe no campeonato italiano.
A Rússia também tem planos ambiciosos. Em 93 foi vice-campeã da Liga. Nessa temporada, tem a segunda equipe mais alta da Liga, com a média de 1,99 m. Só perde para a Holanda. O destaque é o atacante Fomin, além dos experientes Kuznetsov, Olikhver e o levantador Krasilnikov.
O Japão e a China tem como armas a velocidade e a capacidade de irritar os adversários com a eficiência da defesa. Mas têm problemas. O Japão, apesar de contar com o atacante Otake, de 2,08 m, tem um time baixo. A média de altura é a menor da Liga, 1,92 m.
Os chineses não contam com uma técnica tão refinada quanto os japoneses, mas trazem surpresas. A média de altura é 1,97 m. Mais: o time tem Liang Zheng, o jogador com maior alcance de bola da Liga. Em um ataque, ele pega a bola a 3,64 m do chão. Olho no Zheng.

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