São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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FHC não ouvirá partidos para compor ministério

EDNA DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO

O virtual candidato do PSDB à Presidência da República, senador Fernando Henrique Cardoso (SP), afirmou ontem que, se for eleito, não vai fazer nenhum acordo, "nem com meu partido, nem com nenhum outro, sobre quem será ministro disso ou daquilo".
Sobre a aliança com o PFL, o senador tucano disse: "Quem vai dar as regras do jogo sou eu. O candidato a presidente da República sou eu. O presidente serei eu."
Na composição de um eventual ministério, o ex-ministro da Fazenda defendeu um "ministério composto de Jatenes", em referência ao ex-ministro da Saúde no governo Collor, Adib Jatene.
Segundo o candidato tucano, a aliança do PSDB com o PFL envolve duas questões. A primeira delas, afirmou, é eleitoral. "Nós temos de ter tempo de rádio e televisão. O PSDB sozinho tem dois minutos, para lutar contra 15 ou 18 minutos. Não dá".
Na opinião do senador, "o povo não quer que você tenha boas intenções. Quer que você chegue lá, que você seja capaz de realizar".
A segunda questão, para ele, é "não ser arrogante". Um partido como o PSDB, para Fernando Henrique Cardoso, mesmo tendo idéias renovadoras e isento do processo de corrupção, não pode "fazer as coisas sozinho".
O Brasil, segundo o senador, "precisa de novas marcas, não faraônicas, mas coisas concretas". A "marca" de FHC deverá ser definida em um mês.
Fernando Henrique respondeu perguntas ontem em um programa de debates na "Rádio Globo" com a participação de ouvintes.
A primeira pergunta, qualificada pelo candidato como "mal-intencionada", questionou como um candidato que entrou no governo com uma inflação de 19% e saiu com 45% quer o voto do povo.
FHC corrigiu os índices –entrou com 26% e saiu abaixo de 45%– e fez uma aposta com o ouvinte: "até o final do primeiro mês" de implantação do real, a inflação cairá 40 pontos percentuais.
Após o debate na emissora, o candidato tucano participou de um seminário com investidores estrangeiros e empresários, promovido pelo Banco Garantia.
O objetivo do encontro é dar espaço para que os presidenciáveis exponham seus programas.

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