São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Waldir não vai disputar convenção do PSDB

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma manobra dos tucanos contrários à aliança com o PFL fracassou antes mesmo de ser iniciada.
Eles pretendiam lançar a candidatura do deputado Waldir Pires (PSDB-BA) na convenção do PSDB, para disputar a indicação com Fernando Henrique Cardoso.
O anúncio foi feito anteontem à noite pelo senador Dirceu Carneiro (PSDB-SC). Ontem, porém, Waldir disse que não fora consultado e que não aceitava a indicação.
"Não há condições para a minha candidatura e os tucanos baianos não vão sequer comparecer à convenção do PSDB", disse.
A bancada do PSDB da Bahia não aceita a coligação com o PFL e já decidiu apoiar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. "Se eu disputasse com Fernando Henrique, iria perder e teria, pelo Estatuto do partido, que apoiar sua candidatura", afirmou Waldir.
Os tucanos dissidentes ainda não conseguiram uma posição unificada. O professor Cândido Mendes disse que o problema mais grave da coligação é o desvirtuamento do programa social-democrata.
Ele disse que, se o PSDB não fizer concessões no programa, pode aceitar a aliança. Ao seu lado, Sandro Resende, da Executiva da Juventude do PSDB. Ele não concordou com a posição. "Não queremos a aliança de jeito algum."
FHC
O senador Fernando Henrique Cardoso (SP) ironizou a suposta pré-candidatura do deputado Waldir Pires na convenção tucana: "Ele foi vice do Ulysses (Guimarães) e foi um pé-frio danado."
Para FHC, o deputado baiano "tem mania de anticandidatura". Cardoso quer que o grupo de Waldir Pires saia do PSDB. "Eles têm que ir embora", afirmou.
Em sua avaliação, a atuação dos descontentes do PSDB "é muito localizada na Bahia", mas eles podem prejudicar a campanha: "Se a quinta coluna do PSDB continuar fazendo barulho, e eles são quinta coluna mesmo, aí atrapalha."

Colaborou a Sucursal do Rio

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