São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Ao vencedor...

Em 74, com os direitos políticos cassados, Juscelino Kubitschek decidiu morar numa fazendinha em Luziânia, nos arredores de Brasília. Lá ficava semanas a fio, evitando visitar a cidade que criara, para não ter problemas com os militares.
Certa tarde, porém, apareceu de supetão no escritório do amigo Sérgio Rossi, na capital federal. O ex-presidente vinha tostado de sol, calçando botas e vestindo calça e camisa de brim. Sobre a cabeça, JK trazia um chapéu de abas largas.
Foi logo dizendo:
– Sérgio, estou aí fora com um caminhão de batatas que eu plantei. Como faço para vender essa produção?
O amigo não acreditou. Juscelino pegou-o pelo braço e foram até a rua. Lá estava o caminhão, carregado de batatas.
Rossi engasgou diante da cena insólita:
– Mas, presidente, o senhor plantou tudo isso?
E Juscelino, abrindo um largo sorriso:
– Claro, Sérgio. Mandaram plantar batatas e eu plantei. Agora, é tratar de vendê-las.

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