São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Embraer demitirá 1.471, prevê consultoria

DA FOLHA VALE

Um relatório preliminar da empresa de consultoria Deloitte prevê que a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) teria que demitir 1.471 dos atuais 5.600 funcionários.
A redução serviria para adequar seu efetivo à produção de aviões e seria uma medida a ser tomada após a privatização. O documento foi apresentado ontem pelo Comitê em Defesa da Embraer Contra a Privatização.
A Deloitte foi uma das consultorias externas contratadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para avaliação técnico-econômica da Embraer.
Com base nos relatórios apresentados pelas consultorias, o BNDES define, entre outros, o preço mínimo de venda da empresa.
O gerente de Operações de Desestatização do BNDES, Cláudio Bernardo Guimarães Moraes, 32, disse que o documento deveria ser descartado por ser preliminar.
Ele disse que os relatórios não estão à disposição do público por serem reservados.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Edmílson Rogério de Oliveira, afirmou que obteve a cópia do relatório por vias não-legais. Ele não quis revelar de que forma o relatório foi obtido.
Oliveira disse que o fato dos relatórios serem rervados demonstra que não existe transparência no processo de privatização.
O superintendente da Embraer, Ozires Silva, 62, negou ontem a possibilidade de demissões na empresa.
Ele afirmou que os dados coletados pela Deloitte foram baseados na "fotografia atual" da Embraer, que sofre restrições por ser uma empresa estatal.
Ozires disse que o quadro será revertido quando a empresa passar para a iniciativa privada.
Segundo ele, a Deloitte é uma empresa de consultoria e não de mercado aeronáutico.
Irritado com as informações divulgadas pelo comitê, Ozires disse que as propostas feitas pela consultoria não foram aceitas.

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