São Paulo, sábado, 7 de maio de 1994
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Despedida de Senna; Revisão exclusiva; Mário Quintana; Petrobrás; Hospital das Clínicas

Despedida de Senna
"Parabéns à Folha pela publicação do artigo do sr. Claudio Weber Abramo. É de jornalismo desta categoria brilhante, lúcido, onde os fatos são analisados desvinculados das paixões, que o povo brasileiro, na sua luta pela cidadania, necessita. E não do total incentivo à histeria coletiva, tentando reiteradamente produzir a figura do `herói nacional', ao invés de enaltecer apenas o ídolo, que sem dúvida Senna foi, com todos os méritos."
Flávio Valladão Flores Hehl Glette (São Paulo, SP)

"Que país é esse que confere um título de honra a um cidadão e, dias depois, arranca esse mesmo título por uma fatalidade? É um país que precisa de heróis e também de carrascos. Neste caso, a nossa querida imprensa já providenciou um: o tal Bernie Ecclestone, que pediu desculpas e nem adiantou. É um país de paradoxos, pois, se Deus quis que o nosso herói se fosse, para que achar um carrasco? E a imprensa mais uma vez arranca de nós, povão, milhares de reações extremadas, como o suicídio da menina no Paraná."
Madalena Marques (São Paulo, SP)

"Não achei nem um pouco elegantes as críticas da Folha, na edição de ontem (caderno especial Senna). Acho que não é a melhor situação para se colocar em evidência a rivalidade entre a apresentadora Xuxa e a namorada de Ayrton, Adriane Galisteu. Como todos os brasileiros, a família de Senna passa por um momento muito difícil. É hora de conforto e principalmente solidariedade, não bombardeios jornalísticos."
Willka Moura (São Paulo, SP)

"Na primeira página da Folha de ontem temos estampada a foto dos pilotos brasileiros e estrangeiros carregando o caixão do tricampeão Senna. Onde está o também tricampeão brasileiro Nelson Piquet?"
Claudia M. M. Barel (Itapira, SP)

"Onde estão os Ayrtons Sennas em caráter, honradez, determinação, sentimento de revolta contra tudo isso que aí está? Tenho certeza de que existem muitos espalhados por este país e que estão dispostos a empunhar uma bandeira para tentar melhorar esta nação e conduzi-la ao seu verdadeiro destino, elevando-a à condição de país do Primeiro Mundo. Nós temos todos os ingredientes para isso: força, determinação, criatividade e uma vontade incrível de acertar e, mais do que tudo isso, temos uma terra abençoada. Este país tem jeito. Só está sendo governado de forma e por pessoas erradas. Gostaria de convocar esses cidadãos que estejam dispostos a pensar esta nação com seriedade a encontrar caminhos, a buscar soluções."
J. C. Gimenes Toffolo (São Paulo, SP)

Revisão exclusiva
"Apreciei o editorial de 28/04 `Pela revisão exclusiva' pelos legítimos fundamentos que o inspiraram. Tenho objeção à proposta, por ser contra qualquer iniciativa, como a do deputado relator da revisão –de acréscimo do parágrafo 6º do artigo 60 da Constituição–, que possa implicar abalo às normas intangíveis e aos limites que a Carta Magna se impôs, para evitar os sucessivos inconvenientes que podem originar-se, e se têm originado, aqui e em outros países. Norma que altere o processo ou suprima a intangibilidade, na emenda ou na revisão constitucional, é inválida e ameaçadora."
José Tarcizio de Almeida Melo, professor titular de Direito Constitucional da Faculdade Mineira de Direito da PUC-MG (Belo Horizonte, MG)

"Cumprimento a Folha pelo empenho no sentido de defender a organização de uma assembléia revisora exclusiva, em face do lamentável fracasso da revisão constitucional. Prevalecendo o atual texto da Constituição, não haverá condições para a retomada do desenvolvimento e inserção do Brasil na economia mundial."
Luiz Gonzaga Bertelli (São Paulo, SP)

"O professor Leôncio Martins Rodrigues, em artigo publicado no dia 02/05 nesta Folha (`A ilusória revisão exclusiva'), apesar de reconhecer a necessidade da revisão constitucional, aborda questões com as quais não concordo. Ao afirmar que `os membros de uma revisão exclusiva não ficariam resguardados de pressões indevidas' ele apenas diz o óbvio. Afinal, é da própria natureza e essência da democracia a disputa por espaços ideológicos ou corporativistas. Quanto ao fato de que `iria agradar a alguns e desagradar outros', resta-nos lembrar Nelson Rodrigues quando disse que `toda unanimidade é burra'. No entanto, a campanha da Folha pela convocação de uma assembléia exclusiva à revisão constitucional é mais um marco na história recente do Brasil."
René Marcio Ruschel (Umuarama, PR)

Mário Quintana
"Lamentavelmente, a Academia Brasileira de Letras eternizou o insulto ao grande poeta Mário Quintana, tendo preterido por três vezes o seu ingresso, com o agravante de possuir entre seus imortais o político José Sarney e o empresário Roberto Marinho."
André Luís A. Pereira (Cuiabá, MT)

"Gostaria de registrar meus pêsames à Academia Brasileira de (poucas) Letras, pela morte do não-acadêmico Mário Quintana, que foi apenas um sensível, competente e grande poeta, nunca tendo estado ministro ou presidente biônico."
Anatole Brasil (Campinas, SP)

Petrobrás
"Na edição de 29/04, na seção Painel S/A, consta frase atribuída ao sr. Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, segundo a qual `a importação de gás boliviano continua emperrada desde a assinatura do contrato de compra, em fevereiro de 93, na Bolívia'. Essa afirmação, feita no encerramento do seminário na Fiesp, é absolutamente equivocada e não correspondeu ao desenrolar dos trabalhos naquela casa. Foi consenso que o alto profissionalismo na condução do projeto e o estágio atual dos trabalhos, incluindo a conclusão favorável dos trabalhos da firma internacional de consultoria sobre pacote financeiro, a finalização dos projetos de engenharia, o início efetivo das obras do gasoduto para Minas Gerais, a criação das empresas de distribuição de gás nos Estados que receberam o gás da Bolívia, incluindo o fornecimento antecipado de gás das refinarias da Petrobrás, a presença no seminário dos parceiros internacionais e nacionais da Petrobrás nesse projeto, mostrando sua confiança nos trabalhos desenvolvidos, bem como o atual estágio das negociações comerciais com os Estados, demonstram um firme e adequado andamento dos trabalhos referentes à importação do gás boliviano."
José Fantine, superintendente do Serviço de Planejamento da Petrobrás (Rio de Janeiro, RJ)

Hospital das Clínicas
"Parabéns à Folha e a seus colaboradores pelo excelente caderno especial da edição de domingo, 10/04, sobre os 50 anos do Hospital das Clínicas. Legítima aspiração da Faculdade de Medicina de São Paulo, foi tornada realidade pela visão e empenho pessoal de meu saudoso pai, o então interventor federal em São Paulo Adhemar de Barros, que não titubeou ante as incompreensões e as críticas que foram feitas. Pelo ritmo que conseguiu imprimir às obras do Instituto Central que hoje leva o seu nome, tornou irreversível a sua construção, semente magnífica `de todos os institutos que ao seu redor se instalaram', em benefício de todos os brasileiros."
Adhemar de Barros Filho, presidente nacional do PRP (São Paulo, SP)

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