São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Documento mostra que Quércia autorizou compras da Alemanha

Documento em que Quércia autoriza importação alemã

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador paulista Orestes Quércia autorizou o então secretário de Ciência e Tecnologia, Ralph Biasi, a fazer as importações de equipamentos da Alemanha e da Hungria em 1º de dezembro de 1987.
As importações de US$ 50 milhões (US$ 20 milhões da Hungria e US$ 30 milhões da Alemanha) foram feitas sem licitação e estão sendo investigadas pelo Ministério Público de São Paulo.
Na sexta-feira, em Florianópolis (SC), Quércia afirmou que as compras foram feitas no governo de Franco Montoro, seu antecessor.
Num relatório da Secretaria de Ciência e Tecnologia, datado de 10 de maio de 1987, consta que, em abril de 1986, o governo Montoro e o Ministério do Comércio Exterior da extinta Alemanha Oriental assinaram um protocolo de intenções visando a exportações recíprocas.
Essa, segundo o relatório, foi a única participação do governo Montoro nas importações.
O documento mostra que todas as negociações foram conduzidas durante o governo Quércia, com início em 18 de fevereiro de 1987.
Na ocasião, foi aberta uma linha de crédito entre o Deutsche Aussenhandelsbank e o Banespa.
Em setembro de 1987, o então secretário da Fazenda, José Machado de Campos Filho, encaminhou ofício ao ex-presidente do Banespa, Otávio Ceccato.
Machado pedia que o Banespa dispensasse garantias para o financiamento. Ele argumentava que os recursos ficariam disponíveis nos futuros orçamentos do governo estadual.
Os equipamentos foram comprados sem licitação. A justificativa do governo era a de que não havia similares no Brasil.
As importações beneficiaram os institutos de pesquisa do Estado, as universidades e a Secretaria de Segurança, à época comandada pelo atual governador, Luiz Antônio Fleury Filho.
Segundo os deputados petistas Luiz Gushiken (federal) e Luiz Azevedo (estadual), vários dos equipamentos estavam até o fim do ano passado sem uso em um prédio do Instituto de Criminalística do Estado.
O Ministério Público paulista determinou perícia para saber se os equipamentos não se deterioraram e se não houve superfaturamento na compra.

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