São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Equipe ensina prevenir Aids em estradas

EUGÊNIO NASCIMENTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

Um ônibus-auditório vermelho circula desde dezembro pelas rodovias federais e estaduais de Sergipe divulgando informações de prevenção contra a Aids.
O ônibus, doado pela empresa de transporte coletivo Progresso, tem capacidade para 40 pessoas sentadas e é equipado com televisão, vídeo, microfone e amplificador.
No auditório, acontecem palestras e debates com prostitutas e caminhoneiros. Sergipe tem 145 casos confirmados de Aids e 102 mortes provocadas pela doença.
"Nosso ônibus vermelho já é bastante conhecido nas rodovias", afirma o médico Almir Santana, chefe da DST (Divisão de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Estado).
Com quatro pessoas, a equipe do ônibus vai para a estrada dois ou três dias por semana e detecta os locais e horários de concentração de caminhoneiros e prostitutas.
Nesses locais, promove reuniões. Após as reuniões, são distribuídos folhetos e preservativos.
A presidente da Associação das Prostitutas, Candelária, apoia o programa e já promoveu reuniões envolvendo prostitutas e a equipe da DST.
"As pessoas entendem melhor o que é Aids, as formas de contágio e como evitar a doença. Além disso é um lugar diferente para as reuniões e se torna sempre um atrativo", afirma.
Na fase inicial do programa, a equipe está utilizando um vídeo produzido pelo Ministério da Saúde.
O uso desse vídeo será abandonado quando se iniciar a produção de vídeos locais dirigidos especificamente para caminhoneiros, prostitutas e estudantes.
"Queremos produzir vídeos com uma linguagem mais adequada para cada segmento com que pretendemos trabalhar", explica Santana.
Na semana passada, por exemplo, a DST iniciou a exibição do vídeo e a realização de palestras para os trabalhadores da construção civil.
Para reunir os trabalhadores, a equipe chega ao local da obra 40 minutos antes do encerramento do expediente e reúne 40 pessoas no ônibus por 30 minutos.
No dia seguinte, tudo se repete. "As pessoas estão gostando muito e nos convidam para debates em escolas da periferia e do interior, obras e postos de gasolina", afirma Santana.

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