São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994 |
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Rede de água atinge todas as cidades do SE
EUGÊNIO NASCIMENTO
A rede de adutoras (tubulações por onde a água é conduzida para reservatórios) possui no total 1.210 quilômetros, aproximadamente a distância entre Aracaju e Fortaleza, capital do Ceará. O coordenador de Recursos Naturais da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), Geraldo Gusmão, afirma que a rede de adutoras de Sergipe é a maior do Nordeste. O coordenador do Departamento de Ciência e Tecnologia da Sudene, Sílvio Braga, ex-diretor de Saneamento do órgão, confirma a informação. "Sergipe investiu muito nos últimos anos em adutoras e hoje conta com o maior e melhor sistema da região", afirmou Braga. Até agosto, deverão se somar à rede de fornecimento de água do Estado mais 500 quilômetros de adutoras que estão em construção e custarão US$ 24 milhões ao governo do Estado. A construção das adutoras é feita pela Deso junto com 20 mil trabalhadores das frentes produtivas, criadas para gerar renda para as vítimas da seca. "Isso quer dizer que a convivência do homem com a seca vai se tornar tranquilamente possível", afirma Andrade. Atualmente, a Deso fornece água com tratamento completo para 136 localidades e só com desinfecção para 35 outras. A água produzida pela Deso (273,5 mil metros cúbicos por dia) é captada por meio de oito grandes adutoras e 40 pequenas. Essa água atende ao consumo de 257 mil moradias. O principal rio de captação é o São Francisco. "A meta é priorizar os povoados do sertão, porque são neles que a população mais sofre com a seca", diz Andrade. "Em breve estaremos livres das longas caminhadas para se conseguir uma lata d'água", diz o presidente da Fetase (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), José Félix Neto. O aspecto principal do investimento em fornecimento de água, segundo ele, é que o próprio sertanejo trabalha na construção das adutoras, "o que serve para provar que há boa vontade do povo". Ele critica o atraso do governo federal no pagamento dos trabalhadores das frentes produtivas. Mesmo com o investimento, ainda há falta de água em algumas áreas da capital Aracaju. "O problema é que temos populações morando em morros que ficam acima dos níveis dos nossos reservatórios. Mas é coisa de uma ou duas horas por semana", diz o diretor da Deso. Texto Anterior: Projeto de irrigação atinge 7 mil ha e deve gerar 15 mil novos empregos Próximo Texto: Gabinetes revelam o perfil dos políticos Índice |
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