São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994 |
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Itamar prepara discurso sobre o anúncio do real
MÁRCIA MARQUES
A Folha apurou que a nova moeda começa a circular a partir de 1º de julho. O discurso terá seis minutos de duração. O anúncio oficial será feito no Palácio do Planalto às 11h pelo presidente. Depois da cerimônia, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero dará uma entrevista explicando como funcionará a nova moeda. Segundo o assessor de imprensa do presidente, Fernando Costa, Itamar deve mostrar o discurso ao ministro Ricupero um pouco antes da cerimônia de amanhã. Não haverá pronunciamento do presidente em cadeia nacional de rádio e televisão. Estão convidados para a cerimônia os presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal), Octávio Gallotti, da Câmara dos Deputados, Inocêncio de Oliveira e do Senado, Humberto Lucena. Os ministros também estarão presentes. Para preparar a população para o lançamento da nova moeda, o governo inicia na segunda quinzena de maio uma campanha publicitária. A principal preocupação será mostrar que a troca de moeda trará estabilidade e incentivar as pessoas a deixarem seu dinheiro nas aplicações financeiras. Essa mensagem será a mais importante de uma série de cinco comerciais diferentes. A criação do real será incluída na MP (medida provisória) que criou a URV (Unidade Real de Valor). O governo decidiu aceitar a proposta da Comissão Especial do Congresso que analisa a MP. Votação O projeto de conversão desta medida, com a inclusão da data do real, será votado na terça-feira pela comissão. Na quarta, o governo quer levar a matéria a plenário. Ainda há problemas para a aprovação da MP da URV. A Comissão de Trabalho da Câmara quer a garantia da reposição das perdas salariais ocorridas antes da conversão dos salários para a URV. Outro problema é a bancada ruralista, que ameaça votar contra o governo. Para o relator da comissão que analisa a MP, deputado Neuto de Conto (PMDB-SC), a criação do real poderá acabar com a polêmica com este grupo. Os cerca de 130 parlamentares que compõem a bancada ruralista –oriundos de diversos partidos, mas que normalmente votam coesos em assuntos de interesse do setor– querem que a URV corrija os preços mínimos e os financiamentos agrícolas, hoje indexados à TR (Taxa Referencial). O relator acredita que com o real acabaria o descasamento entre o preço mínimo e o financiamento. Texto Anterior: Mercado começa avaliar o efeito Lula Índice |
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