São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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250 mil vão às ruas e param SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 250 mil pessoas foram às ruas de São Paulo para dizer adeus a Ayrton Senna no última dia 5, quinta-feira, quando o piloto foi enterrado no Cemitério do Morumbi (zona sul da cidade).
No dia anterior, uma multidão semelhante já havia ocupado as ruas e avenidas, para ver a chegada do corpo do piloto ao país. Os números foram apurados pelo Datafolha.
O instituto de pesquisa estima que aproximadamente 110 mil pessoas passaram pelo salão nobre da Assembléia Legislativa paulista, onde Senna foi velado. A não ser as pessoas credenciadas, ninguém podia se aproximar e tocar o caixão.
Autoridades compareceram em massa. O presidente Itamar Franco, o governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury, e o prefeito Paulo Maluf estiveram juntos no velório. Também veio Frank Williams, o dono da equipe em que Senna corria.
As TVs e emissoras de rádio transmitiram tudo ao vivo, quase ininterruptamente. No caminho para o cemitério, 16 helicópteros sobrevoavam o cortejo. Fãs vestiam verde e amarelo. Cenas de choro e histeria se sucederam. Não houve feridos.
Senna teve honras de chefe de Estado, com uma série de homenagens militares. O caixão foi conduzido diante da Guarda Fúnebre do Exército, de 120 homens. Os oficiais dispararam três rajadas de fuzis.
No cemitério do Morumbi, o caixão de Senna foi levado até o túmulo por 15 pilotos e ex-pilotos. Entre eles, Emerson, Wilson e Christian Fitipaldi, Rubens Barrichello, Damon Hill, Alain Prost, Jackie Stewart, Gerhard Berger e Thierry Boutsen.
Fazia sol em São Paulo. Os fãs não puderam entrar no cemitério. "Eu não esperava tanto carinho. A todos eles, às pessoas que gostavam do meu filho, um abraço muito forte", disse Neide, mãe de Senna, ao chegar para o enterro.
Não se via uma comoção tão grande no país desde o enterro do presidente eleito Tancredo Neves, em 1984. O caixão de Senna baixou à sepultura às 12h09.
"Nada pode me separar do amor de Deus" é seu epitáfio no jazigo 11 da quadra 15, setor 7, do Cemitério do Morumbi.

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