São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Lacuna jurídica

DEMIAN FIOCCA

No fracasso do Plano Collor e de sua administração somaram-se muitos fatores. O aventureirismo político do pequeno grupo governante combinou-se à condução socialmente irresponsável de diretrizes econômicas neoliberais. E a popularidade despencou.
Mas, além do enfraquecimento na base de sustentação do governo, a política econômica sofreu importantes revezes impostos pela Justiça. A partir da primeira liminar liberando os cruzados novos bloqueados, a morte do plano estava selada.
O atual processo de estabilização prevê um nível mínimo de intervenção nos direitos, contratos e regras econômicas.
Mesmo nessas condições, porém, o Estado não se pode furtar à administração de impostos, tarifas, juros e investimentos públicos, assim como de funções reguladoras que o bom desenvolvimento de uma economia moderna exige.
Se o objetivo é obter o equilíbrio através da competição, é fundamental a existência de instrumentos legais para coibir a ação nociva de carteis.
A inoperância e fragilidade da atual legislação contra distorções praticadas por oligopólios –pequeno número de empresas que controlam grande parte de um mercado– é, portanto, uma lacuna jurídica prejudicial à estabilização.

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