São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994 |
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Folha reitera protesto contra ação do FBI
DA REDAÇÃO A Folha reiterou seu protesto contra o formulário de inscrição da Copa do Mundo dos EUA, que sujeita os profissionais dos meios de comunicação a uma investigação de suas vidas privadas antes de lhes conceder as credenciais para o acompanhamento do evento.Na segunda carta que está enviando ao presidente do Comitê Organizador, Alan Rothenberg, a Folha repudia a intromissão na privacidade de seus profissionais e o atentado ao direito de informação. O jornal já havia protestado, no mês de abril, contra a investigação. O presidente do Comitê Organizador da Copa respondeu no dia 25 (leia texto abaixo), defendendo a checagem. O FBI, a polícia federal dos EUA, está conduzindo uma investigação gigante para avaliar as fichas de mais de 50 mil pessoas diretamente ligadas à Copa do Mundo, entre elas jornalistas. Para obter o credenciamento para a cobertura do Mundial, o profissional de imprensa tem de assinar um formulário no qual autoriza o FBI e as polícias estaduais e municipais a checarem seu prontuário criminal. Segundo os organizadores da Copa, a medida visa impedir que quaisquer pessoas que representem ameaça à segurança dos espectadores das partidas, entre eles chefes de Estado, possam entrar nos EUA disfarçadas de jornalistas. Jornais de todo o mundo protestaram contra a investigação. O diário "The New York Times" mandou carta ao Comitê Organizador da Copa no mês passado, classificando de "revoltante" a iniciativa. O "USA Today" e o "Boston Globe" instruíram seus funcionários a não responderem aos formulários. No Brasil, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), por meio de seu presidente, Barbosa Lima Sobrinho, afirmou que a investigação constitui um "insulto à liberdade de expressão". O chefe de imprensa do Comitê Organizador, John Griffin, chamou, em entrevista à Folha no dia 15 de abril, de "ridículas" as manifestações de repúdio à investigação. Griffin encara a investigação como "uma checagem rápida para o credenciamento". Texto Anterior: Jogador chega ao Rio e faz apelo a traficantes Próximo Texto: Leia a íntegra da carta de Alan Rothenberg Índice |
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