São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Número de fumantes cai nos EUA e no Brasil

CLAUDIO CSILLAG
DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

O consumo de cigarros ultrapassou o de charutos e de fumo para cachimbo após 1880, quando foi inventada uma máquina capaz de fabricar cigarros.
Antes, os cigarros precisavam ser enrolados a mão.
Em 1900, o consumo per capita nos Estados Unidos era de 54 cigarros.
O hábito se popularizou durante as décadas seguintes. No final da década de 30 e início da de 40, as mulheres aderiram ao tabagismo.
Em 1963, o consumo (sempre nos EUA) atingiu seu máximo: 4.336 cigarros por pessoa.
A partir de 1973, quando o consumo per capita anual era de 4.112 cigarros, o número de fumantes adultos começou a cair de maneira constante. Caiu também o consumo individual dos fumantes.
Em 1991, o número de fumantes estacionou em 25% da população adulta.
Mas o consumo médio de cada fumante continuou a cair: cada um fuma 2.724 cigarros por ano.
No Brasil também houve uma queda no consumo de cigarros.
Em 1994, o consumo está estimado para ficar em torno de 110 bilhões de cigarros, uma retração que equivale praticamente ao mercado argentino.
As causas, no entanto, não parecem ser a preocupação do brasileiro com a saúde, mas a crise econômica e o aumento real do preço do produto.
"Em 1991, o maço custava US$ 0,46. Agora, está custando US$ 0,80", diz Celentano.
República do Tabaco
Na América Latina, há um crescimento nas vendas de cigarros de 2% a 3% ao ano.
Para facilitar as contas, os fabricantes de cigarro criaram um país fictício para representar suas atividades (veja ilustração ao lado).
Os números da República do Tabaco, cuja bandeira exibe uma folha da planta, mostram o viço da indústria.
Ironicamente, alguns dos números revelam que o país fictício não deixa de ter características de uma versão contábil e modernizada das tradicionais Repúblicas da Banana.
O exemplo obrigatório: a República do Tabaco exporta 42% de todo o tabaco que é plantado.
Outro exemplo: mesmo com um mercado interno menor que o dos Estados Unidos, sua produção de tabaco é 50% maior.
(CCs)

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