São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Curioso mas ordinário

INÁCIO ARAÚJO

Curioso mais ordinário
As adaptações de Nelson Rodrigues feitas por Braz Chediak são o que se pode chamar de grosseiras. E imagine-se o que é possível tirar de grosseria na história de "Bonitinha Mas Ordinária", em que uma garota estuprada casa-se para salvar as aparências com um homem que termina por amá-la. A recente revalorização do dramaturgo parece esquecer o fato de que ele trabalhava nesse fio de navalha, em que as instâncias física e psíquica praticamente se tocam. Sua arte era do subúrbio, e Chediak, com ajuda de Lucélia Santos, misteriosamente recompõe esse aspecto, que escapa ao cinema "culto". Não é um grande filme, mas uma curiosidade segura, numa semana sem maiores opções.

BONITINHA MAS ORDINÁRIA Brasil, 1981, 85 min. Direção: Braz Chediak. Com Lucélia Santos, José Wilker, Vera Fisher. Na Bandeirantes.

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