São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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CEF deve pedir penhora dos bens de Fiuza

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) vai pedir à Justiça a penhora dos bens das empresas do deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE), acusado pela CPI do Orçamento.
Segundo levantamento feito pela Caixa em cartórios, a usina Bititinga tem 1.600 hectares de terra que poderão servir para ajudar no pagamento do empréstimo da empresa junto à CEF.
"Nós temos que garantir o pagamento da operação", afirmou à Folha o presidente da CEF, José Fernando de Almeida. O levantamento dos bens de Fiuza e de suas empresas ainda não foi concluído.
A usina Bititinga foi transferida para o grupo Coimbra sem as garantias de pagamento da operação. A comissão de sindicância da Caixa determinou que a dívida retornasse ao grupo do deputado.
Almeida explicou que o empréstimo feito pelo deputado não contou com a "garantia real", exigência para esse tipo de operação.
A garantia poderia ser com bens imóveis, um bom avalista ou dinheiro fácil de obter com seus negócios (liquidez), segundo as normas da CEF.
"A operação contou apenas com a garantia pessoal do deputado. Uma operação que se demonstrou danosa para a Caixa", afirmou o presidente da CEF.
A CEI (Comissão Especial de Investigação) do governo federal já mandou demitir oito funcionários da CEF acusados de colaborar para a concessão irregular do empréstimo ao deputado.
A operação inicial era de cerca de US$ 200 mil. A dívida atual, segundo a CEF, chega a aproximadamente US$ 4 milhões.
A Constituição proíbe (artigo 54) que o parlamentar faça contrato com empresa pública, exceto quando são seguidas as cláusulas uniformes.

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