São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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Advogado de Castor contesta a acusação de narcotráfico

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O advogado do bicheiro Castor de Andrade, Wilson Lopes dos Santos, critica o procurador-geral de Justiça do Rio, Antônio Carlos Biscaia, por acusar seu cliente por tráfico de drogas.
Segundo ele, ao alardear, sem provas, a existência de "crimes mais graves" do que a contravenção, como o tráfico, Biscaia criou "um clima social desfavorável" contra Castor.
Santos reclama também do não-cumprimento, pelo Ministério Público, de regras do processo penal durante o mandado de busca e apreensão em escritórios de Castor, em 30 de março.
Segundo ele, por exemplo, no dia seguinte da apreensão dos supostos documentos de Castor, em Bangu (zona oeste), o auto de apreensão teria que ser enviado a um juiz criminal competente.
Biscaia sustenta que não há qualquer exigência legal nesse sentido. Mas o advogado afirma ter sido ilegal a demora na entrega à Justiça e que isso pode comprometer o processo.
Segundo ele, pode ter havido adulterações no auto. "Fica então a pergunta. Quando foi feito o auto? Ninguém sabe. Eles então tiveram tempo para manobrar o auto."
A deputada federal Cidinha Campos (PDT), acusada por Biscaia de "mensalista" do jogo do bicho, critica o procurador-geral fluminense por divulgar nomes "sem perícias e provas".
"Esta lista é montada. É feita com interesse político", diz Cidinha. "Ele queria chamar a atenção para a figura dele. Baixou o santo e o Biscaia resolveu ser o ídolo dos cariocas."
Para a deputada, não é justo que Biscaia acuse bicheiros por tráfico de armas e drogas sem a existência de provas.
"Enquanto não se prova o envolvimento por tráfico de armas ou tóxico, eles têm que ser tratados só como contraventores. Senão vira a Inquisição."

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