São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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Efeito é nulo para lâminas de barbear

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário do que deverá ocorrer com os preços de preservativos, o consumidor brasileiro nada ganhará com o fim da alíquota de importação de produtos como lâminas e aparelhos de barbear.
É que os quatro fabricantes do mercado interno dominam também o externo.
São eles a Gillette (cujo nome virou sinônimo da lâmina), Warner Lambert (Schick), American Razor (Personna) e Bic. Somente a Gillette detém 80% do mercado brasileiro de aparelhos e lâminas de barbear.
"Os preços do setor evoluíram em linha com a inflação no ano passado", diz Ricardo Maddalena, diretor de marketing da Gillette.
A queda das alíquotas de 5% para 2% deveria, em tese, beneficiar a própria Gillette, que importa o aparelho Gillette Sensor da matriz localizada em Boston, EUA.
A Gillette diz que a redução em nada afetará as tendências de importação do Sensor. Com exceção da marca, todos seus produtos são fabricados localmente –parte deles, inclusive, seguem para o mercado externo.
"Faz parte da filosofia do grupo apoiar redução de alíquotas e abertura do mercado no mundo todo", afirma Maddalena.
Creme de barbear
O creme de barbear tem ocasionado movimentação dos importadores. "Existem mais de 20 fornecedores lá fora e poderemos baixar o custo", diz Eduardo Forma, da Degradê Importadora.
A mesma expectiva têm os importadores Warley Pimentel, da Greens Mart, um supermercado de importados localizado em Moema, e Carlos Campos, da importadora Franco de Otaviano, que abastece lojas da região da 25 de Março (centro de São Paulo).
A Green Mart, que já encomendou um lote de lâmpadas nos EUA por conta da primeira lista de produtos importados, divulgada em março, avalia que terá acréscimo de 30% nas vendas dos cremes de barbear.
A importadora Franco de Otaviano passou os últimos dias solicitando liberação de guias de importação à Cacex. "Vamos aumentar a compra de perfumaria, de material de limpeza e dos produtos que tiveram a alíquota zerada", disse Carlos Campos.
A empresa de atacado Adriano Coselli, localizada em Ribeirão Preto (SP), avalia que as recentes portarias de redução de alíquotas tornará possível agilizar um programa de compra de importados desenvolvido já há três anos.
(MM)

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