São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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Bicampeão paulista está triste mas não pensa em abandonar seu sonho

DA REPORTAGEM LOCAL

"Ainda não consegui me convencer de que ele morreu." Dois dias depois da morte de Senna, o bicampeão paulista de kart, Ricardo Maurício, 15, não falava de outra coisa.
Ele lembrava do dia em que fizeram cooper juntos na USP. "Ayrton foi muito simpático."
Ricardo conta que começou a correr por causa do ídolo. "Ele era o único e o melhor."
Mas o garoto, que hoje está fazendo o circuito europeu de kart, não pensa em parar. "A vontade de realizar meus sonhos não se abalou."
E olha que o garoto sonha alto. "Quero chegar à Fórmula 1 e depois correr as 500 milhas de Indianápolis", diz com segurança.
Ricardo começou a correr há cinco anos e depois não parou mais. Este ano ele mudou para a Itália só por causa do kart.
Lá ele correu um campeonato mundial e chegou em 13º lugar, competindo com 54 pilotos.
Ele conta que não sente muito medo quando está dentro de seu kart (em uma reta ele chega a 167 km por hora).
No caso do kart, para fazer o que se gosta é preciso ter também a sorte de ter uma família com dinheiro para bancar o esporte. "É caro, a gente gasta muita grana por corrida."
O garoto não vai mais ver corridas. "Eu assistia todas por causa dele. Não vou ver mais."

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