São Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994 |
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EUA mudam política para os refugiados do Haiti
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Agora, em vez de serem repatriados no momento de sua captura em águas territoriais norte-americanas, os fugitivos do regime militar do Haiti terão a chance de provar que estão em busca de asilo político nos EUA. Audiências em alto-mar serão conduzidas a bordo de embarcações da guarda-costeira dos EUA. Os haitianos que forem considerados refugiados políticos poderão ir para Miami. Os outros serão mandados de volta. A decisão ocorre 17 meses após a posse de Clinton. Quando candidato, ele havia prometido pôr fim à política de repatriação imediata dos haitianos, adotada pelo seu predecessor, George Bush. Como presidente, Clinton não só a manteve como a ampliou com a criação de virtual "muro de navios" para impedir a chegada de haitianos a Miami. O presidente haitiano no exílio, Jean-Bertrand Aristide, que estava a um triz de romper publicamente com Clinton, aplaudiu a decisão. Disse que ela "é um passo na direção certa". Aristide, ex-sacerdote católico de convicções socialistas, foi deposto por militares em setembro de 1991. Os EUA dizem estar empenhados em reconduzi-lo ao poder, mas as estratégias de pressão até agora adotadas têm sido insuficientes. Na sexta-feira, a pedido dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU resolveu aumentar o embargo comercial contra o Haiti a partir do próximo dia 21. Como antes, a medida terá apenas efeito retórico, porque a ONU e os EUA não parecem dispostos a usar de força para garantir o embargo. (CELS) Texto Anterior: Da Redação Índice |
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