São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Ricupero admite `pequena' inflação na chegada do real

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, admitiu que haverá uma taxa de inflação "pequena" no primeiro mês de circulação (julho) da nova moeda, o real.
"Isso será o reflexo da inflação em cruzeiros reais, porque todos os índices brasileiros se baseiam na medição de um certo número de dias do mês anterior", afirmou.
Ricupero disse, porém, ter "certeza" de que a partir do segundo mês haverá uma queda "muito súbita" e "muito drástica" da inflação.
O ministro fez essas declarações ontem em São Paulo, onde participou, pela manhã, da conferência "Governabilidade - países grandes e economia política de escala".
A conferência foi realizada pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
O ministro disse que a revisão constitucional é "imprescindível" para o sucesso do plano a médio e longo prazos.
Ricupero afirmou ter "esperança" de que até o fim de maio o Congresso revisor possa votar alguns pontos da reforma tributária.
Ricupero aceita, porém, que os principais pontos da revisão terão que ficar para o próximo governo.
Para ele, o êxito do plano até as eleições para a renovação do Congresso pode facilitar a revisão constitucional no ano que vem.
"Espero que o sucesso do plano tenha um efeito nas eleições no sentido de gerar um Congresso com uma maioria mais disposta a fazer essas reformas", concluiu.
Ricupero disse que o governo tem até 96 o equilíbrio orçamentário e as reservas cambiais necessários para o êxito do plano.
"Há um erro em imaginar que um plano de estabilização só possa ser lançado quando todas as condições de curto, médio e longo prazos estejam previamente definidas", disse.
Afirmou esperar que o próprio êxito do plano gere condições de apoio para medidas mais amplas.

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