São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994 |
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Economista americano fica bem impressionado com plano
ANTONIO CARLOS SEIDL
Jeffrey Sachs é especialista em planos para hiperinflação O economista norte-americano Jeffrey Sachs, 39, especialista em planos de estabilização de economias hiperinflacionárias, se diz "bem impressionado" com o Plano Real. Sachs, que participou ontem de uma conferência internacional em São Paulo, tem hoje um encontro com o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, para "trocar idéias" sobre a implantação do real. Sachs, professor da Universidade de Harvard (EUA), disse que o Plano Real é uma maneira "inteligente" de acabar com a cultura inflacionária no país. O economista, que foi consultor dos programas antiinflacionários da Polônia, Rússia e Estônia, disse que nunca viu um programa tão original de busca da estabilização. Irônico, disse: "Depois de tentar sete planos em oito anos, o Brasil teve mais tempo para pensar em novas soluções contra a inflação". Ele afirmou que o plano tem uma chance "razoável" de sucesso, caso o equilíbrio fiscal seja mantido e os políticos "não atrapalhem". "Seja quem for eleito, o novo presidente e o país precisam de uma moeda estável", disse. Para Sachs, a moeda estável não é a solução de todos os problemas, mas uma pré-condição. Ele disse que depois da estabilização, a maioria dos problemas do país, entre os quais destacou a desigualdade da riqueza e ineficientes sistemas de saúde e educação, vão continuar. Sachs defendeu a retirada total do Estado das atividades econômicas no Brasil, inclusive nas áreas de petróleo e telecomunicações. Defensor da privatização, Sachs disse que a presença do Estado nas atividades econômicas é "uma perda de tempo". Para ele, o governo deve se concentrar seus esforços e recursos nas suas funções fundamentais. Elas são, disse, criar uma moeda estável, manter a lei e a ordem, combater a corrupção, garantir a competição leal entre as empresas, fazer obras de infra-estrutura e principalmente cuidar da saúde e educação para toda a população. Texto Anterior: Ricupero admite `pequena' inflação na chegada do real Próximo Texto: Poupança não terá perda, afirma ministro Índice |
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