São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Motoristas e cobradores param em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 90% dos ônibus de São Paulo não circularam ontem de manhã, no primeiro dia de greve de motoristas e cobradores.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Transportes, dos 10.232 que normalmente circulam entre 7h e 8h, apenas 1.117 foram às ruas.
A paralisação atingiu cerca de 2,3 milhões de pessoas –ou 5,6 milhões de viagens deixaram de ser feitas–, segundo projeções da Companhia de Engenharia de Tráfego.
Até as 15h, segundo a Secretaria de Transportes, 104 ônibus haviam sido depredados. Em represália ao movimento, a prefeitura demitiu 23 sindicalistas da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos).
Sindicalistas e funcionários das empresas se concentraram em frente aos pátios para evitar a saída dos ônibus.
As regiões sul e leste da cidade foram as mais afetadas pela greve.
Três das quatro viações da zona oeste não colocaram veículos nas ruas. Os moradores da região recorreram a táxis ou ônibus clandestinos para chegar ao trabalho.
Às 9h, dois veículos retornaram à garagem da viação Castro com os pára-brisas quebrados após serem apedrejados em Rio Pequeno. Outros dois foram interceptados por manifestantes no mesmo bairro e também voltaram.
Na zona norte, um ônibus negreiro (que pega em suas casas os motoristas e cobradores que vão trabalhar nos primeiros horários) da viação Tusa foi atingido por um tijolo às 4h30 e chocou-se contra uma bicicletaria.
Segundo Oswaldo Ribeiro, técnico de operações da Tusa, o ônibus fugia de um grupo de piqueteiros e foi surpreendido por outro. Não houve feridos.
Segundo o presidente da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), Francisco Christovam, a estratégia para garantir a presença de motoristas nos ônibus foi convocar pessoalmente os que trabalharam ontem à tarde.

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