São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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Governo ameaça PF com intervenção militar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo discutiu ontem a possibilidade de intervenção militar na Polícia Federal, em duas reuniões no Planalto. O diretor da PF, coronel Wilson Romão, disse que o Exército deve atuar nas fronteiras e a Aeronáutica nos aeroportos.
"O presidente está preocupadíssimo com a greve da PF", afirmou seu assessor de imprensa, Fernando Costa, no final da manhã. Itamar estaria preocupado com "a quebra do estado de direito", provocada pelos agentes, que anteontem invadiram a sede da PF, em Brasília.
A greve completou ontem 51 dias. Com a intervenção, segundo Romão, o governo garantiria o direito de ir e vir dos cidadãos, particularmente nas fronteiras e aeroportos.
Às 19h, o ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, gravou no Planalto pronunciamento à população sobre a paralisação dos agentes da PF. O pronunciamento estava programado para ser transmitido às 20h pela TV e rádio.
Segundo Romão, os agentes "estão irredutíveis". O diretor da PF disse que o pedido de isonomia salarial com a Polícia Civil de Brasília é ilegal.
Cerca de 200 agentes da Polícia Federal protestaram contra a ameaça de intervenção militar na sede da PF.
Os grevistas cantaram o Hino Nacional e aplaudiram a Constituição durante o protesto.
Itamar preferiu fazer nova reunião à tarde, desta vez com a participação do presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira. Até as 19h, a reunião ainda não havia terminado.
Os deputados Moroni Torgan (PSDB-CE) e Chico Vigilante (PT-DF) foram ao Planalto, à tarde, na expectativa de acompanhar as discussões, mas não conseguiram. Eles temem que haja um confronto.

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