São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994 |
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Brasil não precisa de real, mas de realce
JOSÉ SIMÃO
Quando a mulher mostrou na televisão aquele monte de nota que a gente vai trocar por um mísero real, eu entendi o Plano Pior: vou perder de novo! Eu vou perder, você vai perder. E o FHC vai perder! E não é dinheiro! Rarará! Eu entendi o Plano. Em julho um sapato vai custar 100 reais. Em agosto continua custando 100 reais. Ah, que bom? Não, que ruim. Porque ninguém vai ter dinheiro pra comprar! Rarará! A estabilização da miséria! Procura-se desesperadamente um comentarista econômico que avalize o Plano. Uns afirmam que é estelionato eleitoral e a Lilian Witte Fibe tá pra perder o emprego de novo, como no Plano Collor. Tá segurando o ataque. Então não vai pra Seleção! Mas vai pro pódio! Rarará. E não é mais Plano FHC, é Plano Real. Se der errado, de Plano Econômico vira Plano Anônimo! Mas continuo a chamar de Plano Burro, a versão do Plano Cavallo. Ou Plano Odete Roitman: mata 80% de fome e depois divide o bolo com os 20% que sobraram! O real é uma homenagem ao Castor! Notas estampadas com bichos! E o Brasil é o único país onde criança não pode ter cofrinho. Até encher o cofrinho já mudou a moeda! Não acredito no real. Dá licença de ter opinião própria? Não faz parte dos direitos humanos ter opinião própria? "Éramos Seis": novela para senhoras. A ação se passa numa toalhinha de crochê. Ops, São Paulo anos 20 visto por uma senhora. Não seria mais animado se a ação se passasse em Sodoma e Gomorra? Como na Globo? Rarará! Irene Ravache fazendo papel de mulher submissa, nunca! E o Othon Bastos no papel de fantasma? Com aquela máscara de pancake. Era costume nos anos 20 os homens se maquiarem mais que as mulheres? Rarará! Aliás, em homenagem a metade do elenco devia ser "Éramos Famosos em 59". Tupi or Not Tupi! Eles tão certos. Quem fica parado é poste! Texto Anterior: Mario Quintana era misterioso e fácil Próximo Texto: Beleza toma conta da selva em 'Mogambo' Índice |
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