São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 1994
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História da imigração é contada em multimídia

SONIA ROMÉRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

\<FT:"MS Sans Serif",SN\>"Série do Futebol 1", de autoria de Aguilar, pode ser reproduzida no Instituto Cultural Itaú; Tela do micro multimídia mostra dados de imigrante russo; ao lado,pesquisadores cadastram lista de passageiros (abaixo) dos navios a vapor, na Hospedaria do Imigrante
Crédito Foto: Divulgação; Marcio Capovilla/Folha Imagem
Observações: COM SUB-RETRANCA
História da imigração é contada em multimídia
A tecnologia multimídia vai facilitar o acesso à história dos descendentes de 4 milhões de imigrantes que entraram no país pelo Estado de São Paulo desde 1860.
Em dois computadores que poderão ser usados por qualquer pessoa, estarão textos, sons e imagens com a vida dos imigrantes.
Eles estão previstos para funcionar em junho na Hospedaria do Imigrante e no Museu da Imigração, que será inaugurado no parque Ibirapuera, em São Paulo.
Nesses micros vão estar nomes, registros e entrevistas com imigrantes que vivem no Brasil.
As entrevistas podem ser ouvidas na voz de alguns imigrantes.
Tocando a tela do computador, o visitante poderá pesquisar sua origem a partir do nome e sobrenome dos antepassados.
Para quem tem sobrenomes comuns é conveniente ter mais detalhes da família, como parentes que vieram junto, data do desembarque e país de origem.
O projeto, coordenado pela diretora do Centro Histórico do Museu da Imigração, Midory Kimura Figuti, e pela coordenadora de informática do Museu, Marisa Kumagai, tem apoio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A informatização desses dados vai acelerar a emissão da certidão de desembarque, documento necessário para emissão de passaportes de dupla nacionalidade.
Segundo Midory, o centro registra cerca de 150 pedidos de certidão por mês, de todo o país. As certidões são gratuitas.
A pesquisa para emissão da certidão hoje é feita manualmente, em cerca de 150 livros e registros.
A informática levou nomes, familiares, país de origem, data de chegada e valor do auxílio dado aos imigrantes para o computador.
Os imigrantes que vinham a convite de fazendeiros ou do próprio presidente da então província de São Paulo, Queiroz Telles, ganhavam passagem e dinheiro para iniciar a nova vida no Brasil.
Foi o próprio Queiroz Telles, o visconde de Parnaíba, quem construiu a Hospedaria do Imigrante.
A hospedaria fazia parte do projeto de mobilização dos fazendeiros paulistas, que começaram a angariar mão-de-obra européia e asiática com o fim da escravidão negra no Brasil.
Na hospedaria, os imigrantes que chegavam de trem vindos de Santos e do Rio de Janeiro recebiam cama, comida, assistência médica e indicação de emprego.
Todos os imigrantes que tinham passagem paga pelo governo foram cadastrados.
Alguns dos registros da hospedaria mostram as regiões para onde eles foram encaminhados.
A primeira parte do projeto de informatização já levou 100 mil nomes para o computador, dos 4 milhões de registros.
Para facilitar o trabalho, foram criados dois grandes bancos de dados: dos vapores (navios que funcionavam a vapor e traziam os imigrantes) e dos núcleos coloniais.
Esses núcleos coloniais, entre eles o do Vale do Ribeira, foram ocupados a partir de terras vendidas pelo governo.
Para quem vai fazer a pesquisa no computador a separação de dados não faz nenhuma diferença: tudo funciona como se fizesse parte de um só arquivo.

ONDE ENCONTRAR
HOSPEDARIA DO IMIGRANTE: r. Visconde de Parnaíba, 1.316, Brás (zona leste de São Paulo), tel. (011) 292-1022; MUSEU DA IMIGRAÇÃO: pavilhão Manoel da Nóbrega, na antiga sede da Prefeitura de São Paulo, parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo), inauguração prevista para junho

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