São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Choque entre PM e sem-terra fere 24

Agricultores protestam em Brasília

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTOALEGRE E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Soldados da Polícia Militar e agricultores entraram em choque ontem no prédio da Delegacia Regional do Ministério da Fazenda em Porto Alegre.
No confronto, 24 pessoas ficaram feridas –14 agricultores e dez PMs. Os feridos foram atendidos no Hospital de Pronto Socorro, a maioria com contusões e cortes. Depois de atendidos, eles foram liberados.
O confronto começou às 8h45 quando os agricultores tentaram entrar no prédio do ministério. Eles participavam do "Grito da Terra, Brasil", manifestação promovida pelo Movimento dos Sem–Terra, CUT e outras entidades.
O protesto pede liberação de crédito agrícola, recursos para reforma agrária, mais empregos e melhoria da Previdência.
Os cerca de 2.000 manifestantes, segundo os organizadores, reivindicavam uma audiência, em Brasília, como o ministro Rubens Ricúpero, para tratar do crédito rural.
Um pelotão de 30 PMs formou uma barreira para tentar impedir o ingresso dos manifestantes no prédio. Os agricultores forçaram a entrada. Houve o primeiro confronto.
Logo depois os agricultores que tinham conseguido chegar ao saguão foram repelidos pelo pelotão de choque da PM, que surgiu pela parte de trás do prédio, surpreendendo-os.
Os agricultores saíram e, segundo eles, foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo. A PM negou o uso de bombas.
Brasília
O Ministério da Fazenda precisou da proteção de 100 policiais militares para conter mil trabalhadores ligados à CUT e ao Movimento dos Sem-Terra.
A manifestação ajudou a aumentar ainda mais o clima de tensão na Esplanada dos Ministérios por causa da presença de soldados do Exército.
O secretário do Departamento Rural da CUT, Altemir Tortelli, disse que o protesto permaneceria noite adentro se o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, não concordasse em recebê-los ou agendar uma audiência para hoje.
Houve também protestos dos trabalhadores em Belém (PA), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

Texto Anterior: Deputados tentam reabrir negociações
Próximo Texto: Centro do poder vira cenário de guerra
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.